EUA acusam Teerã de ganhar tempo ao aceitar mediação do Brasil
Paula Sholl

Senador Eduardo Azeredo (MG)
Brasília (07) – O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo (MG), classificou como equivocada a defesa do Brasil ao regime do Irã, que desafia a comunidade mundial com a construção de bomba atômica. Para ele, o país busca um papel protagonista injustificável como mediador do conflito.
"A posição do Brasil em relação ao Irã é equivocada. O Irã, por tudo que se tem observado, não é um país democrático. Temos assuntos mais importantes a serem tratados como o fortalecimento comercial com as nações do Mercosul e com os países emergentes", avalia o senador.
Nesta quinta-feira, o governo dos Estados Unidos acusou o Irã de tentar ganhar tempo ao aceitar a mediação do Brasil em seu impasse nuclear e disse que os Estados Unidos não serão detidos em tentar aprovar novas sanções na Organização das Nações Unidas (ONU). Isso porque o governo brasileiro insiste em mediar o impasse.
O Brasil, membro rotativo do Conselho de Segurança, se isola na defesa do presidente Mahmoud Ahmadinejad. O país tem se posicionado contra a adoção de sanções contra a política nuclear do Irã, que viola os direitos humanos. O deputado Bruno Araújo (PE) alerta: "No regime de Ahmadinejad, a democracia só existe no papel".
Com cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, França, Rússia, Grã-Bretanha, Estados Unidos e China admitem nova rodada de sanções contra o Irã. O Irã insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos, mas a comunidade internacional está convencida de que Teerã deseja fabricar uma bomba atômica.
A proximidade com o governo "populista" de Hugo Chávez, a comparação de presos políticos de Cuba a criminosos comuns brasileiros, a defesa do programa de desenvolvimento nuclear do Irã, a acolhida de Manoel Zelaya na embaixada do Brasil em Honduras, têm colocado em xeque a credibilidade da política externa do Brasil.
Eduardo Azeredo lamenta a constante conivência do governo brasileiro com regimes não democráticos. "Brasil fica em posição equivocada. Nós temos uma tradição de imparcialidade, que não é contaminada pela questão ideológica. O atual governo, no entanto, não parece se preocupar com essa imparcialidade", afirma.
Fonte: Agência Tucana