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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Lula e PT realizam ‘arrastão’ pró-Dilma na região Sul

Com a ajuda de Lula, o PT desenvolve um “arrastão” partidário nos Estados do Sul. Nesse naco do mapa, José Serra prevalece sobre Dilma Rousseff nas pesquisas.

O petismo realiza dois movimentos. Num, tenta armar os palanques de Dilma. Noutro, trabalha para desarmar os de Serra. Abaixo, o mapa da guerra:

1. Paraná: O palanque dos sonhos do PT tem a seguinte composição: para o governo, Osmar Dias (PDT). Para o Senado, Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT).

Nesta quarta (2), Lula recebeu, em privado, o governador paranaense, Orlando Pessuti (PMDB). Era vice de Requião. Herdou dele a cadeira de governador.

Candidato à reeleição, Pessuti resistiu aos apelos de Lula para que abdicasse de suas pretensões em favor de Osmar Dias.

Pessuti repetiu a Lula o que dissera ao presidente do PMDB, Michel Temer, num jantar realizado na véspera. Não abre mão do projeto reeleitoral. Mas se dispõe a promover uma composição com o bloco pró-Dilma.

Deseja acomodar a petista Gleisi, mulher do ministro Paulo Bernardo (Planejamento), como vice de sua chapa. Para o Senado, Requião e Osmar Dias.

A fórmula não serve aos interesses de Lula. Primeiro porque Pessuti frequenta as pesquisas com a cara de azarão. Segundo porque Osmar Dias, segundo nas sondagens eleitorais, ameaça se compor com o líder, o tucano Beto Richa.

Lula e Pessuti combinaram de empurrar para o final de junho as convenções do PMDB e do PT no Paraná. Uma forma de ganhar tempo, para tentar chegar a um acordo.

2. Santa Catarina: Nesse Estado, o petismo considera duas hipóteses. Uma está sendo tricotada com a deputada Ângela Amin, candidata ao governo pelo PP.

A outra envolve uma negociação com Eduardo Pinho Moreira, presidente do PMDB-SC e candidato do partido ao governo local.

Dá-se preferência, por ora, ao acerto com Ângela. Líder nas pesquisas, a deputada é assediada também pelo PSDB de Serra.

Para fechar com o PT, Ângela exige que o partido a apóie já no primeiro turno. Algo que levaria o petismo a sacrificar a candidatura de Ideli Salvatti.

Num surpreendente surto de pragmatismo, o PT federal passou a considerar a sério a hipótese de “rifar” Ideli, empurrando-a para a reeleição ao Senado.  

Eis o que disse ao repórter um dos operadores de Dilma: “Se estivermos convencidos de que faremos um palanque forte, com chance de vitória, nada é impossível...”

“...A candidatura da Ideli é questão fechada para o PT de Santa Catarina, não para o diretório nacional...”

“...Se nós vamos abrir mão da candidatura do [Fernando] Pimentel em Minas, não faria sentido fechar as portas em Santa Catarina”.

Em movimento simultâneo, o PT abriu negociação também com Pinho Moreira, o candidato do PMDB. Nesse caso, o objetivo primordial é atrapalhar a vida de Serra.

O PMDB catarinense integrava a chamada tríplice aliança, junto com PSDB e DEM. Serra tenta reunificar as três legendas. Por ora, sem sucesso.

Enquanto dialoga com Serra, Pinho Moreira achegou-se a Michel Temer, o virtual vice de Dilma. Apresentou duas fórmulas que, se adotadas, o fariam dar adeus a Serra.

Na primeira, ele encabeçaria a chapa e ofereceria a vice ao deputado Claudio Vignatti (PT-SC). Ideli trocaria o governo pelo Senado. A segunda vaga de senador iria para o ex-governador Luiz Henrique (PMDB), hoje alinhado com Serra.

Na segunda fórmula, Pinho Moreira admite a manutenção da candidatura de Ideli ao governo. Desde que o PT desista de fechar acordo com Ângela Amin.

Nessa hipótese, Pinho Moreira abriria seu palanque para Dilma. Mediria forças com Ideli. Assumiria o compromisso de apoiá-la caso vá ao segundo turno. E vice-versa.

3Rio Grande do Sul: Nesse Estado, Dilma já dispõe do palanque de Tarso Genro (PT). Tenta-se agora impedir que o PMDB de José Fogaça feche com Serra.

Rival histórico do petismo gaúcho, o PMDB é majoritariamente favorável ao acerto com o tucano. Enfrenta, porém, uma conspiração urdida em Brasília.

O PDT gaúcho dará o vice do pemedebê Fogaça. Acionado, o ministro Carlos Lupi (Trabalho), mandachuva do PDT federal, ameaça melar a coligação.

Lupi assumiu com Lula o compromisso de arrancar seu partido da coligação de Fogaça se o candidato franquear o palanque para Serra.

Pelas informações que chegaram a Michel Temer, o PMDB gaúcho acusou o golpe. Parece se encaminhar para uma posição de neutralidade. Nem Dilma nem Serra.