Eraldo Peres/AP
Depois de emergir das urnas como a terceira colocada mais bem-posta da crônica eleitoral brasileira, Marina Silva tornou-se alvo de todos os assédios.
Cobiçam-lhe o apoio o tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff. Vêem nela uma porta para chegar a quase 20% do eleitorado.
Nesta segunda, Serra foi a Belo Horizonte. Participou do velório de Aécio Cunha, pai de Aécio Neves. Trocou um dedo de prosa com os repórteres.
Recobriu Marina de elogios. Disse que, ao contribuir para que a disputa fosse ao segundo turno, ela ajudou a própria democracia.
Namoro ou amizade? "Eu tenho muita proximidade com o PV. Elementos de aproximação existem e eu espero sinceramente que ela aconteça".
Em Brasília, José Eduardo Cardozo (PT-SP), um dos mandachuvas do QG de Dilma, lembrou que, não faz muito, Marina estava de beijos e abraços com o petismo.
"Até outro dia a Marina era do PT. É natural que ocorra essa aproximação. Há setores muito próximos a Marina".
Durante a campanha, Marina tomou bordoadas de Serra e de Dilma. Lula vaticinou em segredo que ela chegaria às urnas com menos votos que Heloisa Helena.
Agora, cortejada por petistas, gregos e tucanos, Marina pode optar por aconselhar aos seus eleitores o exercício do amor livre.
Primeiro porque eleitor não tem dono. Segundo porque, para ela, o amor-próprio talvez facilite a administração do patrimônio político que acaba de adquirir.