Os operadores petistas da campanha de Dilma Rousseff decidiram adotar no Fiscogate a teoria dos dedos e dos anéis.
Para proteger o comitê de campanha da pupila de Lula (dedo), isolando-a dos malfeitos, decidiu-se abandonar Rui Falcão (anel) à própria sorte.
Deputado estadual reeleito para a Assembléia Legislativa de São Paulo, o petista Rui Falcão virou personagem do inquérito da PF.
Empurrou-o para dentro da encrenca o ‘repórter’ Amaury Ribeiro Jr., pivô da violação do sigilo fiscal de pessoas ligadas a José Serra.
Segundo Amaury, Rui Falcão roubou informações que guardava em seu laptop. Entre elas os dados fiscais obtidos ilegalmente.
O deputado nega. Um pedaço do PT dá-lhe crédito. Mas prevalece o entendimento de que cabe a ele se defender.
O partido não quebrará lanças por Rui Falcão. Dilma e seu comitê muito menos. Vende-se a seguinte tese:
O eventual envolvimento de pessoas da campanha com Amaury e com os dados colecionados por ele decorre de ato isolado.
Ligado ao grupo da senadora eleita Marta Suplicy (PT-SP), Rui Falcão integrou a coordenação de Dilma na fase de pré-campanha. Cuidava do núcleo de comunicação.
Sua presença nas páginas do inquérito conspira contra o esforço da cúpula do PT e de Lula de apresentar as violações do fisco como resultado de uma briga de emplumados: Aécio Neves X José Serra.
Resta agora combinar a tática com os russos do Ministério Público, que olham de esguelha para os rumos que a Polícia Federal imprime ao inquérito.