Sérgio Lima/Folha
Pivô do escândalo da violação de sigilo fiscal de parentes, amigos e correligionários de José Serra, o ‘jornalista’ Amaury Ribeiro Jr. depôs à Polícia Federal.
A inquirição ocorreu em Brasília. Durou cerca de seis horas. Amaury deixou o prédio da PF já na condição de indiciado.
Agora, frequenta o inquérito na condição de acusado da prática de quatro crimes:
1. Violação de sigilo fiscal.
2. Corrupção ativa.
3. Uso de documento falso.
4. Crime contra a administração da Justiça (oferecer dinheiro ou vantagem a testemunha).
Esse foi o quarto depoimento de Amaury. Não há, por ora, informações detalhadas sobre o que disse o ‘repórter’ à polícia.
Na inquirição anterior, em 15 de outubro, Amaury admitira ter encomendado as informações fiscais a um despachante de São Paulo.
Dirceu Rodrigues Garcia, o executor da encomenda, disse à PF que recebeu de Amaury R$ 12 mil. Dinheiro vivo.
No depoimento desta segunda (25), o ‘repórter’ negou que tenha repassado dinheiro ao despachante.
Dirceu também dissera à PF que uma parte do dinheiro (R$ 5 mil) chegara-lhe às mãos em outubro.
Nessa época, o Fiscogate já estava pendurado nas manchetes. Algo que deu ao pagamento a aparência de um “cala-boca”.
Daí a inclusão no rol de indiciamentos do crime contra a administração da Justiça.
De novo, Amaury negou que tenha repassado ao despachante os R$ 5 mil.
No mais, nada foi informado. Não se sabe, por enquanto, o que disse Amaury sobre a alegada inspiração tucana do escândalo.
Nada também sobre a presença de Amaury na pré-camoanha de Dilma Rousseff.
Sabe-se que os dados arrancados ilegalmente das máquinas da Receita viraram recheio de um dossiê que circulou no comitê de Dilma.
Em depoimento anterior, Amaury dissera que Rui Falcão (PT-SP), deputado estadual reeleito, roubara as informações de seu laptop. Falcão negou.