Eduardo Knapp/Folha
O governador eleito Geraldo Alckmin anunciou nesta terça (16) a primeira fornada de secretários do governo de São Paulo.Divulgou quatro nomes. Dois integraram o secretariado de José Serra e um é amigo do ex-governador.
Na estratégica Casa Civil, Alckmin acomodou o ex-deputado estadual Sidney Beraldo.
Ele já presidiu o PSDB-SP e a Assembléia Legislativa do Estado.
Sob Serra, Beraldo comandou a Secretaria de Gestão Pública, responsável pelo funcionalismo.
Na eleição de 2010, Beraldo iria às urnas como suplente do senador eleito Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), ex-chefe da Casa Civil de Serra.
Terminou cedendo a vaga de suplente numa composição que o tucanato fez com o PMDB depois que Orestes Quércia, doente, desistiu de concorrer ao Senado.
Na Secretaria de Direitos da Pessoa com Deficiência, Alckmin manteve a médica Linamara Rizzo Battistella.
Nomeada por Serra, Linamara já havia sido mantida no posto por Alberto Goldman, o vice que assumiu o governo depois que o titular virou candidato à Presidência.
Para a Secretaria da Saúde, Alckmin indicou o médico Giovanni Guido Cerri, diretor da Faculdade de Medicina da USP.
Giovanni é amigo de Serra. Laços de amizade ligavam-no também ao ex-titular da pasta, Luiz Roberto Barradas Barata, que morreu durante a campanha eleitoral.
Por último, Alckmin anunciou o preenchimento da Casa Militar. Vai ao posto o coronel Admir Gervásio, atual corregedor da Polícia Militar.
O cheiro de Serra que exala dos primeiros nomes do time de Alckmin revela mais do que o desejo de continuidade manifestado durante a campanha.
Alckmin sinaliza a intenção de pacificar o PSDB paulista, fechando as feridas abertas na eleição municipal de 2008.
Naquele ano, Alckmin disputara a prefeitura à revelia da vontade de Serra, que apoiara a reeleição de Gilberto Kassab (DEM).
Avalizado por Serra, um pedaço do PSDB fizara campanha para Kassab, contra Alckmin. Em 2010, Alckmin pagou a traição com lealdade.
Expôs Serra em sua propaganda de governador desde o primeiro turno. Exibia o presidenciável tucano quando todos os “aliados” o escondiam.
Agora, num instante em que Kassab arma-se para enfrentá-lo em 2014, Alckmin empurra para dentro de sua equipe ex-auxiliares e amigos de Serra.