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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Exportação de biobutanol brasileiro deve começar em três anos


Combustível tem mais carbono que o etanol, o que significa que tem uma maior concentração de energia

Mariane De Luca | Paulínia (SP)Atualizada às 21h03min
O Brasil deve estar exportando em, no máximo, três anos, o chamado biobutanol, um biocombustível avançado que, aqui, vai ser produzido a partir da cana-de-açúcar. A tecnologia está sendo desenvolvida pela Butamax, parceria entre a petrolífera inglesa BP e a americana DuPont. Nesta quarta, dia 3, foi inaugurado, no interior de São Paulo, o laboratório onde vão ser feitas as principais pesquisas com o produto.
No país que é especialista na produção de etanol de cana, fabricar biobutanol será um passo a mais. O combustível é obtido por um processo de fermentação semelhante, mas precisam ser feitas adaptações no maquinário da usina, um investimento que, segundo os executivos da empresa que criou a tecnologia, se paga em três anos de produção.
Com uma tonelada de cana, quanto se pode obter de biobutanol?. As respostas para essa e outras perguntas vão sair do laboratório inaugurado em Paulínia. Até agora o que se sabe é que o rendimento é 20% menor que o do etanol, mas há vantagens que vão além da quantidade. A grande diferença é que o biobutanol tem mais carbono que o etanol, o que significa que tem uma maior concentração de energia. A quantidade de energia chega ser até 27% maior no biobutanol.
– Isso quer dizer que um veículo, por exemplo, pode andar mais quilômetros com biobutanol do que com etanol – explica a gerente de Desenvolvimento Comercial da Butamax, Regina Monteiro.
Os estudos estão avançando e a expectativa é de que, em 2013, o produto já esteja sendo fabricado no Brasil. O foco é a exportação, principalmente para Estados Unidos e Europa. Os empresários explicam que até 2022, os americanos vão precisar de 135 bilhões de litros de biocombustíveis para atender a demanda. Eles avaliam que 20% disso pode ser de biobutanol. O presidente da DuPont no Brasil, Ricardo Vellutini, acredita ainda que as barreiras tarifárias não vão ser um problema neste caso.
Além do Brasil, o produto também vai ser fabricado nos Estados Unidos, a partir do milho, e na Europa, com trigo. O foco da empresa é vender a tecnologia de fabricação para as usinas, mas eles não descartam investimento direto em produção.