Em artigo levado às páginas deste domingo (7), FHC compara a economia brasileira a um navio. Aqui, o texto.
Anota que “o navio começou a andar” só depois de ele ter logrado, como ministro da Fazenda de Itamar Franco, controlar a inflação.
“Daí em diante nossa economia não parou de crescer, apesar das crises financeiras que só deixaram de nos golpear em 1996 e em 2000”.
Na sequência, já sob Lula, “o crescimento se acelerou”, escreve FHC. Primeiro, porque manteve-se “o rumo anteriormente traçado”.
Depois, “porque as águas do mar se encheram, pela bonança internacional entre 2003 e 2008”.
Alfineta: “O atual comandante do barco, embriagado pelos êxitos, se confundiu: atribuiu a si o aumento do nível das águas...”
“...Pior, conseguiu convencer os marinheiros de que fazia milagre e se tornou ‘mito’.”
Quanto ao ciclo que começa em 2011, FHC enxerga na rota da embarcação obstáculos em forma de interrogação.
“Haverá tempestades ou bonança? Em qualquer caso, como anda o casco do navio? Que fazer para repará-lo? Ou para melhorar o desempenho do navio?...”
Dilma Rousseff “...poderá continuar avançando sozinha ou dará a mão aos demais marinheiros?...”
“...E as máquinas, seguirão a todo vapor sem algum ajuste ou será melhor evitar que a pressão as faça estourar?...”
“...Acirrará ânimos e seguirá em frente até bater nalgum rochedo, ou será previdente e ouvirá outras vozes que não sejam as das estrelas?”
Ao final de seis parágrafos, apinhados de muitas outras interrogações, FHC conclui: “É melhor manter um otimismo cauteloso...”
“...E, sem embarcar em ufanismos enganosos, acreditar que a vitalidade dos brasileiros (vista uma vez mais na reafirmação democrática do pluralismo eleitoral recente) nos levará a melhores rumos”.