SEUL — A Coreia do Sul rejeitou o chamado ao diálogo feito nesta segunda-feira pela Coreia do Norte, menos de dois meses após o bombardeio norte-coreano de uma ilha sul-coreana, informou a porta-voz do ministério de Unificação.
A Coreia do Sul "não aceitará as propostas do Norte", disse à AFP a porta-voz do ministério, Lee Jong-Joo, referindo-se à proposta divulgada nesta segunda-feira pela agência oficial da Coreia do Norte, KCNA.
"Não é o momento de manter discussões tal como são propostas pela Coreia do Norte", acrescentou.
Segundo a KCNA, a Coreia do Norte propôs realizar negociações no dia 27 de janeiro em Kaesong, uma cidade norte-coreana próxima à fronteira, e também discussões entre a Cruz Vermelha de ambos os países na cidade sul-coreana de Munsan.
A proposta foi feita um mês e meio após o aumento das tensões na península coreana, em 23 de novembro, com o bombardeio por Pyongyang de uma ilha sul-coreana próxima à sua costa, no primeiro ataque deste tipo a uma área civil desde o fim da guerra da Coreia (1953).
Pouco antes, em novembro, a Coreia do Norte havia divulgado uma nova usina de enriquecimento de urânio que pode ser utilizada para a fabricação de bombas atômicas.
A Coreia do Sul reagiu friamente às duas propostas, considerando que, antes de qualquer ação, a Coreia do Norte deve dar provas de seriedade em relação ao desarmamento nuclear.
"Pyongyang deve mostrar sua sinceridade em relação ao seu programa nuclear e tomar medidas responsáveis depois de suas provocações", declarou a porta-voz Lee Jong-Joo.
"Por isso propomos um diálogo entre governos, para que possam demonstrar sua vontade", acrescentou.
"A Coreia do Norte propõe negociações de forma unilateral para receber uma assistência econômica e uma ajuda", indicou o ministério de Unificação em um comunicado.
Na semana passada, em duas ocasiões, através do Comitê para a Reunificação Pacífica da Pátria, a Coreia do Norte havia proposto retomar o diálogo "sem condições e rapidamente", em janeiro ou fevereiro.
Paralelamente, Coreia do Sul e Japão decidiram nesta segunda-feira seguir com as negociações visando um acordo militar inédito entre os dois países desde o fim da colonização brutal da península coreana pelo Japão, em 1945.
Este acordo, anunciado em Seul ao término de um encontro dos ministros da Defesa da Coreia do Sul e Japão, Kim Kwan-Jin e Toshimi Kitazawa, respectivamente, foi decidido após os ataques norte-coreanos.