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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

EUA congelam bens do líder marfinense Laurent Gbagbo

Os Estados Unidos congelaram os bens do líder da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, e de sua esposa, Simone Gbagbo, assim como de pessoas próximas por ele se recusar a deixar o poder, o que, para Washington, "ameaça a paz e o processo de reconciliação" em seu país.
O Departamento do Tesouro indicou que Gbagbo "segue demonstrando um obstinado desprezo pela vontade e o bem-estar dos marfinenses", assinalou o diretor do Escritório para o Controle de Bens Estrangeiros (Ofac), Adam Szubin.
"A sanção desta quinta-feira isolará ele e seu círculo do sistema financeiro mundial, e ressalta o desejo da comunidade internacional de que abandone o poder" e o entregue a Alassane Ouattara, considerado o presidente eleito legítimo.
O Governo dos Estados Unidos tomou esta decisão em virtude de uma ordem executiva que permite impor sanções financeiras a pessoas que representam "ameaça à paz e ao processo de reconciliação nacional na Costa do Marfim ou que atuem ou declarem atuar em nome dessas pessoas direta ou indiretamente".
A medida do Tesouro inclui sanções aos assessores e membros do círculo interno do presidente em fim de mandato: Desire Tagro, Pascal Affi N''Guessan e Alcide Djedje.
Tagro atuou como chefe de gabinete de Gbagbo desde as eleições de novembro, segundo o Departamento do Tesouro, enquanto N''Guessan, o presidente da Frente Popular Marfinense (FPI), fundada por Gbagbo em 1982, foi o porta-voz de campanha de seu chefe durante e depois das eleições.
Djedje é o ministro de Assuntos Exteriores e foi anteriormente representante permanente perante a ONU.
Os três sancionados "atuaram como representantes oficiais de Gbagbo desde sua rejeição a abandonar o poder e resistiram aos pedidos internacionais em prol de uma transferência democrática do Governo" para as mãos de Ouattara, assinalou o departamento dirigido por Tim Geithner.
O Governo dos EUA indicou que a recusa de Gbagbo a aceitar os resultados das eleições de 28 de novembro que, segundo a Comissão Eleitoral Independente (CEI) foi vencida por Ouattara, gerou uma crise na Costa do Marfim, apesar de o líder ter prometido realizar eleições livres, justas e transparentes.
Este compromisso foi reafirmado em 2007 no acordo de Ouagadougou, lembra o Tesouro, que ressalta que os resultados da CEI receberam o apoio do Conselho de Segurança da ONU, da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), da União Africana (UA) e da União Europeia (UE).
O Tesouro assinala que a recusa de Gbagbo a reconhecer os resultados eleitorais e a ceder sua autoridade a seu sucessor "prejudica a aplicação destes acordos políticos e ameaça a paz e o processo de reconciliação na Costa do Marfim".
As sanções congelam os bens das pessoas designadas e os americanos, incluindo as empresas, não podem fazer transações com elas.
Em 9 de dezembro, os EUA já tinham advertido Gbagbo de possíveis sanções "caso tomasse a decisão equivocada" e não deixasse o poder.