Pesquisadores pedem reserva em Juruti, onde outra população foi achada.
Pau-cravo era contrabandeado do Brasil para Europa no período colonial
Pau-cravo era contrabandeado do Brasil para Europa no período colonial
A árvore de pau-cravo (Dicypellium caryophulatum) está ameaçada de extinção na Amazônia e uma de suas populações deverá ser suprimida com a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
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A espécie, que pode ter até 20 metros de altura e tem flores e frutos muito aromáticos, ocorre na Amazônia brasileira, peruana e equatoriana, segundo estudo dos pesquisadores Rafarel Salomão e Nélson Rosa, do Museu Emílio Goeldi, uma das principais instituições de pesquisa sobre a Amazônia no país.
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A espécie, que pode ter até 20 metros de altura e tem flores e frutos muito aromáticos, ocorre na Amazônia brasileira, peruana e equatoriana, segundo estudo dos pesquisadores Rafarel Salomão e Nélson Rosa, do Museu Emílio Goeldi, uma das principais instituições de pesquisa sobre a Amazônia no país.
Flores e frutos da árvore são muito aromáticos e eram vendidos como especiarias na Europa. (Foto: Reprodução)
O pau-cravo é praticamente extinto no Brasil, segundo os pesquisadores. A árvore está na lista oficial de espécies ameaçadas do Ibama, além da lista oficial do Pará e de instrução normativa do Ministério do Meio Ambiente.
A literatura científica sobre a espécie é rara e tinha-se conhecimento de apenas um exemplar com 9 metros de altura, registrado em 2008 no local onde será feito um dos canais de derivação da usina de Belo Monte.
A literatura científica sobre a espécie é rara e tinha-se conhecimento de apenas um exemplar com 9 metros de altura, registrado em 2008 no local onde será feito um dos canais de derivação da usina de Belo Monte.
Mais 20 indivíduos da espécie foram encontrados no mesmo ano na região pela mesma equipe que levantou os impactos ambientais da construção da hidrelétrica.
Outros 189 indivíduos foram observados no município de Juruti, revelando a maior concentração já registrada na Amazônia desde o século 18, segundo a pesquisa. As árvores ficam em uma área onde deverá haver concessões florestais e pesquisadores sugerem a criação de uma unidade de conservação para proteger a espécie.
O estudo de Salomão e Rosa avaliou a abundância de pau-cravo em Juruti e encontrou a concentração "rara", segundo a pesquisa, de 76 árvores em um único hectare. O estabelecimento de uma área reservada no local é de "importância crucial para a conservação e preservação de tão importante espécie da flora amazônica", segundo o texto.
O pau-cravo era uma das "drogas do sertão", como eram chamados produtos levados como especiarias da Amazônia para a Europa no período colonial. O "sertão brasileiro" era, segundo a pesquisa, o modo como era conhecida a floresta no Brasil.
O pau-cravo era uma das "drogas do sertão", como eram chamados produtos levados como especiarias da Amazônia para a Europa no período colonial. O "sertão brasileiro" era, segundo a pesquisa, o modo como era conhecida a floresta no Brasil.