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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Planalto pede lealdade e PDT leva ‘mínimo’ ao boteco

  Fotos: Folha
Os operadores palacianos de Dilma Rousseff gastam saliva nas últimas horas para rogar aos aliados que sejam leais ao governo no debate do salário mínimo.

Comanda a infantaria o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Auxilia-o o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais).

O valor do novo mínimo, como se sabe, foi fixado por Lula, em 30 de dezembro. Subiu de R$ 510 para R$ 540. Reajuste de 5,88%.

Não cobre nem a inflação de 2010: 6,47%. Em reserva, Dilma cogita utilizar esse índice.

A coisa iria, então, a R$ 543. Analisa-se a possibilidade do arredondamento para R$ 550.

Espremidos, os partidos do consórcio governista reagem em direções antagônicas.

Brindado com o Ministério das Cidades, o PP soa compreensivo. Em nota, o líder da legenda, deputado não-reeleito João Pizzolati (SC), anotou:

O PP “confia na condução da presidenta Dilma Rousseff e na decisão da equipe econômica do governo sobre o aumento do salário mínimo".

Partido do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o PDT não parece, porém, disposto a contemporizar.

Misto de sindicalista e deputado federal, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, estica a corda.

Utiliza argumentos cuja profundidade é dessas que uma pulga atravessa de joelhos, com água abaixo da coxa.

Paulinho queixa-se do envolvimento do ministro Guido Mantega (Fazenda) na negociação com as centrais sindicais:

"Colocar o Mantega pra falar com a gente não dá. O Mantega não tem jeito de falar com o trabalhador...”

“...Na época do Lula tinha o Dulci [Luiz Dulci, ex-secretário-geral da Presidência]. Vocês [da imprensa] não gostavam, mas ele resolvia".

Instado a comentar a possibilidade de a oferta do governo subir de R$ 540 para R$ 543, Paulinho transferiu o debate do Congresso para a mesa do boteco.

Disse que R$ 3 "não dá nem pra tomar duas cachaças, quer dizer, não dá nem pra uma".

Não se sabe se o arranca rabo resultará em elevação do mínimo. Mas há que reconhecer: o debate é elevado, muito elevado, elevadíssimo.