Estudo envolve três países e 100 voluntários ao redor do mundo; especialista explica detalhes
por Redação GalileuRepresentação do vírus HIV // Shutterstock
A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e a Faculdade de Medicina da USP começam nesta quarta-feira o recrutamento de 25 voluntários para um estudo sobre duas vacinas preventivas contra o HIV. A pesquisa faz parte da rede internacional de pesquisa de vacinas HVTN (HIV Vaccine Trials Network) que testará 100 pessoas do Peru, Suíça e Brasil. Mas até que ponto é seguro participar?
O estudo realizado aqui no Brasil é de fase 1, o que significa que pesquisadores estão testando se o produto utilizado é seguro e se ele desperta resposta imunológica no corpo humano. "Nenhuma pesquisa neste estágio inicial usa o próprio vírus HIV, nem vivo, nem morto, nem atenuado. Neste caso estamos usando cópias de partes do HIV feitas por engenharia genética e ligamos estes pedaços sintéticos dele a um outro vírus", diz o médico Artur Kalichman, coordenador-adjunto do CRT-DST/Aids e responsável pela Unidade de Pesquisa de Vacinas.
O adenovírus tipo 5, vírus de resfriado comum, é utilizado nesta pesquisa para receber pequenas porções do HIV sintético. O que os pesquisadores estão testando é a quantidade de partes de HIV que seriam necessárias para provocar uma resposta do sistema imunológico. Um parte dos voluntários irá receber o vírus com poucos pedaços de HIV e o outro grupo deve receber uma amostra com mais pedaços.
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Os voluntários receberão uma injeção com o vírus sintético e depois farão um teste sanguíneo para avaliar como foi a produção de anticorpos para combatê-lo e de citocinas, moléculas também envolvidas na resposta imune. E o pesquisador reforça a segurança do teste. "O risco de pegar HIV por participar é zero. Procuramos a melhor estratégia para gerar uma resposta imune forte e ampla. Não estamos testando se a vacina funciona agora. Já utilizamos este produto antes", diz.
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Os voluntários receberão uma injeção com o vírus sintético e depois farão um teste sanguíneo para avaliar como foi a produção de anticorpos para combatê-lo e de citocinas, moléculas também envolvidas na resposta imune. E o pesquisador reforça a segurança do teste. "O risco de pegar HIV por participar é zero. Procuramos a melhor estratégia para gerar uma resposta imune forte e ampla. Não estamos testando se a vacina funciona agora. Já utilizamos este produto antes", diz.
O adenovírus, vírus de resfriado, segundo o médico, provavelmente nem será usado em pesquisas mais avançadas sobre vacinas para o HIV. Já aqueles com os quais nosso corpo não teve contato, como o da varíola por exemplo, vêm se mostrando mais eficiente nos estudos. Os pesquisadores esperam conseguir os voluntários em um ano e ter os primeiros resultados dentro de dois anos.
Podem se inscrever mulheres e homens entre 18 e 50 anos de idade, saudáveis e não infectados pelo HIV que morem na grande São Paulo. Mulheres grávidas ou amamentando não podem participar e homens devem ser circuncidados. Existem também alguns critérios comportamentais que serão avaliados pelos pesquisadores.
Para se inscrever ou esclarecer dúvidas:Unidade de Pesquisa de Vacinas Anti-HIV
Telefone: 11- 5087-9915
e-mail: vacinas@crt.saude.sp.gov.br
Comparecer pessoalmente: Centro de Referência e Treinamento em DST/AIDS
Rua Santa Cruz, 81, Vila Mariana, zona sul de São Paulo
Telefone: 11- 5087-9915
e-mail: vacinas@crt.saude.sp.gov.br
Comparecer pessoalmente: Centro de Referência e Treinamento em DST/AIDS
Rua Santa Cruz, 81, Vila Mariana, zona sul de São Paulo