Fotos: UOL
A poucos dias da eleição, Dilma Rousseff e José Serra se concentram no Sudeste, o pedaço do mapa com mais eleitores: 56 milhões.
Neste domingo (24), os dois estiveram no Rio. Na véspera, ambos haviam pedido votos em São Paulo. Nos próximos dias, Minas.
No Rio, agarrada a Lula, Dilma mediu 12 km de asfalto na zona Oeste.
A mesma região onde, há quatro dias, um caminhada de Serra terminou em tumulto.
Acenaram para os votos em carro aberto. Ao lado, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes.
Três máquinas (federal, estadual e municipal) numa mesma viatura. Uma junção de engrenagens que, no primeiro turno, ajudou a alavancar a vitória de Dilma.
No Estado, a candidata oficial beliscou 43,76% dos votos. O cabo eleitoral e sua pupila abstiveram-se de discursar.
A dupla parecia convencida de que a simples exposição da imagem lhes basta. Ao longo do percurso, pararam o carro algumas vezes, para apertar as mãos do voto.
Serra foi à orla de Copacabana, na outra ponta da cidade. Comandou um ato de campanha organizado pelo vice Índio da Costa.
A coisa começou no solo. Alguns militantes guarneciam a cabeça com capacetes. Alusão à agressão que Serra diz ter sofrido na semana passada.
Incorporaram-se ao cortejo dois bonecos gigantes do candidato. Ambos traziam na calva um curativo que o original não precisou fazer.
Como o tumulto no calçadão da praia fosse grande, Serra escalou um carro de som.
À falta de um patrono poderoso, fez-se acompanhar dos vitoriosos de sua coligação.
Lá estavam, por exemplo, a trinca mineira (Aécio Neves, Antonio Anastasia e Itamar Franco), os paulistas Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes Ferreira...
O paranaense Beto Richa, a potiguar Rosalba Ciarlini e um cordão de etcéteras que incluía até as atrizes Maitê Proença e Rosa Marina Murtinho.
Terceiro colocado no Estado na votação de primeiro turno, atrás de Marina Silva, Serra foi ao microfone. Nada de novo.
Falou contra a corrupção: “Precisamos de um governo que tenha caráter”. Atacou o aparelhamento do Estado. Negou que vá privatizar a Petrobras, isso e aquilo.
A certa altura, lamentou que Lula tenha abandonado o governo para mergulhar na campanha. Lembrou que, presidente, FHC limitara-se a explicitar o voto. Nada mais.
Os aliados também discursaram. O mais enfático foi Aécio: “Chega de bandalheira”. Cunhou frase com cara de bordão: "Serra presidente pro Brasil ser mais decente".
A uma semana da eleição, vive-se a azáfama dos últimos dias. Um período em que os presidenciáveis fazem das tripas coração para vender seu peixe.
Uma fase em que vermelhos e azuis se pintam de verde para parecer Marina. Apertam porteiro eletrônico para ter com quem cabalar votos...
...Respondem até a alto-falante para não deixar nada sem resposta. Conversam com mensagens gravadas para não passar a impressão de que fogem do debate.