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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Em guerra com DEM, Kassab faz um almoço ‘secreto’

  ABr
O prefeito paulistano Gilberto Kassab promove nesta quinta (13), em São Paulo, um almoço com lideranças do DEM.

Junto com a refeição, os comensais mastigarão a estratégia de Kassab para a convenção que elegerá, em março, o novo presidente do DEM federal.

Urdido na surdina, o repasto deveria ser “secreto”. Porém, como política e segredo são coisas irreconciliáveis, o signitário do blog tomou conhecimento.

Auxiliou o prefeito na montagem da mesa o presidente de honra do DEM, ex-senador Jorge Bornhausen (SC).

A dupla opera unida para tentar desbancar do comando da legenda a ala que gravita ao redor do atual presidente, o deputado Rodrigo Maia (RJ).

Curiosamente, o mesmo Kassab que convulsiona o DEM mantém vivo o flerte com o PMDB do vice-presidente da República Michel Temer.

Kassab tricota no segundo maior partido da oposição com a mala na porta. Trama mudar-se para o PMDB, sócio majoritário do consórcio governista.

Embora incomodado com o jogo duplo de Kassab, o PMDB-SP conserva a porta aberta para o prefeito e para os cinco deputados federais ‘demos’ que o seguem.

Antes do término do ano legislativo de 2010, Kassab e Bornhausen visitaram José Agripino Maia, em Brasília.

Líder do DEM no Senado, Agripino foi instado a disputar o comando da legenda. Respondeu que não se dispunha à disputa. Porém...

Porém, Agripino afirmou que toparia virar um “presidente do consenso”. Alguém que acomodasse os interesses do prefeito e os de Rodrigo Maia.

Iniciado o recesso parlamentar, Kassab e Bornhausen executaram movimentos que destoaram do convite formulado a Agripino.

Primeiro, tentaram empinar a candidatura da senadora Kátia Abreu (GO). Contra ela levantou-se o deputado Ronaldo Caiado (GO).

“Se a Kátia disputar a presidência do partido, eu serei vou bater chapa com ela”, avisou Caiado. A senadora refluiu.

Sem Kátia, Kassab e Bornhausen passaram a instilar Marco Maciel (PE), senador não reeleito. Em privado, Maciel levou o pé atrás.

Ao farejar o cheiro de queimado que emana de São Paulo, Agripino confidenciou a amigos que já não descarta a hipótese de brigar pelo comando do DEM.

Os dois grupos medirão forças no início de fevereiro, quando o DEM escolherá seus novos líderes na Câmara e no Senado.

No Senado, reduzido a uma bancada de cinco, Agripino dá as cartas. Se for à presidência, acomodará na cadeira de líder o colega Demóstenes Torres (GO).

Na Câmara, Casa em que o DEM salvou 43 mandatos, a dupla Kassab-Bornhausen vai de Marcos Montes, um 'demo' de Minas. Contra ele, a ala de Rodrigo Maia oferece ACM Neto.

Aos olhos de hoje, o neto de Antônio Carlos Magalhães, partidário de Agripino, parece favoritona briga pelo posto de líder. Algo que, se confirmado, envenenaria os planos de Kassab.

É sob essa atmosfera belicosa que Kassab, ladeado por Bornhansen, servirá o seu almoço temperado com pitadas de conspiração.