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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Marco Maia fecha com PP e PR e reforça ‘favoritismo’

José Cruz/ABr

Marco Maia (PT-RS) obteve a promessa de apoio de mais duas legendas governistas: PP e PR. Com isso, pavimentou o caminho que deve levá-lo à presidência da Câmara.

O deputado já tinha do seu lado o PT (88 deputados) e o PMDB (79). Une-os o compromisso de rodízio, que prevê a substituição de Maia por um pemedebê, em 2013.

Adicionando-se à conta as bancadas do PP (44) e do PR (41), Maia tornou-se um candidato de potenciais 252 votos num colégio de 513 eleitores.

Para prevalecer no plenário, o petista precisa levar ao painel eletrônico 257 votos. Em tese, faltam-lhe cinco.

É preciso considerar que, nessa disputa, votam os deputados, não os partidos. Mais: o escrutínio é secreto.

Assim, as promessas das legendas não valem senão o peso da saliva de seus dirigentes.

Porém, ainda que se aplique ao cesto de votos de Maia um índice de traição, a situação dele é agora mais confortável.

Até o início da semana, o petismo ruminava o receio de que a eleição da Câmara escorregasse para um imponderável segundo turno.

Tonificava o temor o excesso de adversários. Entre os deputados que prometiam entrar na disputa estava Sandro Mabel (GO), líder do PR.

O Planalto pôs para funcionar sua máquina de moer. Acionou o ministro Alfredo Nascimento (Transportes), representante do PR na Esplanada.

Mabel foi informado de que jogava o jogo do perde-perde. Não seria presidente da Câmara. E corria o risco de ficar sem o posto de líder da bancada. Rendeu-se.

Os operadores de Dilma imaginam que, nas próximas semanas, o apoio de outros partidos governistas cairão no colo de Maia por gravidade.

Juntas, as dez legendas que dão suporte congressual a Dilma Rousseff somam na Câmara 359 votos.

Ainda bóiam na atmosfera dois balões de ensaio: Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG) são candidatos não declarados.

A dupla só constituiria ameaça à posição de Marco Maia se conseguisse atrair um número expressivo de "silvérios" governistas e a totalidade da oposição

O problema é que PSDB (53 deputados) e DEM (43) devem despejar votos em Marco Maia. Aferram-se ao princípio da proporcionalidade.

Por esse mecanismo, os partidos valem-se do tamanho de suas respectivas bancadas para participar do rateio de cargos na Mesa diretora e nas comissões da Casa.

Na última eleição interna, Michel Temer foi à cadeira de presidente da Câmara com 304 votos. Tinha contra si um adversário: Ciro Nogueira (PP-PI), hoje senador eleito.

Pelas contas do Planalto, ainda que não se chegue ao idílio da candidatura única, Marco Maia deve roçar a quantidade de votos de Temer.