Lula Marques/Folha

Operários retiram o tapume que ocultava a fachada do Palácio do Planalto
Foi “devolvida” à paisagem da Praça dos Poderes, em Brasília, a fachada do Palácio do Planalto, um dos cartões postais de Brasília.
Cercada por tapumes desde março do ano passado, a vista frontal do prédio onde despacha o presidente da República foi liberada.
Sob responsabilidade do setor de Engenharia do Exército, a reforma foi concluída. Neste final de semana, os operários dedicam-se aos retoques e à limpeza.
A obra teve todos os problemas que costumam infelicitar os empreendimentos públicos no Brasil.
Orçada em R$ 78,8 milhões, saiu por R$ 96 milhões. Diferença de 17,2 milhões.
Deveria ter ficado pronta em um ano, antes do aniversário de Brasília, celebrado em 21 de abril. Atrasou dois meses.
De saída, descobriu-se que os operários foram às marretas sem que o governo do DF tivesse expedido um alvará. A Viúva foi multada em R$ 2.689,11.
O TCU detectou falhas na licitação. O orçamento das empresas embutia ISS de 5%. Em Brasília, o tributo sai por 2%.
Empurraram-se dentro da obra itens de mobiliário e de decoração, que deveriam ter sido licitados separadamente. Coisa de R$ 761,8 mil.
Mexe daqui, ajusta dali, o Planalto conseguiu manter o ritmo do canteiro de obras, sem interrupções. Os operários trabalharam em três turnos.
Nos próximos dias, começam a retornar ao prédio ministros, assessores e servidores. Lula será o último.
Estima-se que o presidente continuará despachando no Centro Cultural do Banco do Brasil, sede provisória do governo, até a primeira quinzena de junho.
De volta, o presidente terá à sua disposição, além do gabinete antigo, uma sala nova.
Na antiga, móveis que serviram ao ex-presidente Getúlio Vargas. Na nova, uma mesa de despachos que foi usada por Juscelino Kubitschek, devidamente restaurada.
Lula, que deixa o governo em dezembro, já disse que prefere o mobiliário de Vargas. Natural, já que desce ao verbete da enciclopédia como o “neo-pai dos pobres”.








