Leila Suwwan - Enviada Especial
CHAPECÓ - A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou nesta sexta-feira pela manhã em entrevista à rádio Super Condá AM, que a redução da jornada de trabalho a 40 horas no país - campanha lançada pelas centrais sindicais nacionalmente - não é pauta de governo. Segundo ela, a questão deve ser negociada entre patrões e trabalhadores.
- Essa questão não é pauta do governo. Eu concordo inteiramente que não é questão de governo. É reivindicação do movimento social. Se conseguirem negociar com os patrões e eles aceitarem, nos setores que aceitarem - disse Dilma, que não se manifestou sobre o tema em palanques de sindicalistas, como no 1º de Maio em São Paulo.
- O governo não substitui movimento social, nem no lado dos trabalhadores nem dos patrões.
Além disso, Dilma atacou a capacidade administrativa de seu adversário José Serra (PSDB). Ao defender o nível de endividamento público do Brasil, de 42,9% do PIB (Produto Interno Bruto), lembrou que o governo Lula sempre acumulou superávit primário. E disse que Serra, quando foi ministro do Planejamento no governo Fernando Henrique Cardoso, gerou déficit.
- Na época em que meu oponente, ou o que será talvez meu oponente, era ministro do Planejamento do governo Fernando Henrique Cardoso, ele fez um altíssimo endividamento. Não fez superávit, fez déficit. Nós jamais fizemos déficit.
Petista é recebida a gritos de 'Dilma presidente' em SCAo chegar no Encontro de Habitação da Agricultura Familiar na cidade catarinense de Chapecó, onde estão reunidos cerca de 10 mil participantes, a petista foi saudada aos gritos de "Dilma Presidente".
Além de Dilma, estão presentes a senadora Ideli Salvatti, pré-candidata ao governo de Santa Catarina, e os ministros Altemir Gregolin, da Pesca, e Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário. Ela começou a discursar e foi chamada ao microfone por Ideli como "futura presidente do Brasil".
Antes de subir no palco, Dilma voltou a criticar as afirmações de seu adversário , José Serra (PSDB) sobre a suposta omissão do governo da Bolívia no combate ao narcotráfico.
- O aspecto que eu chamo a atenção para que haja prudência, porque estadista não faz isso, é incriminar um governo. Isso é uma coisa diferente de dizer que da Bolívia vem droga. Dizer que da Bolívia vem droga é uma coisa, dizer que a responsabilidade é do governo é outra diferente - disse Dilma. - Eu acho por bem não atribuir, sem informações e provas, responsabilidade ao governo boliviano. Muito imprudente. Não é papel de estadista fazer isso.
Dilma também assistiu a uma pequena peça encenada em sua homenagem, na qual integrantes da Fetraf-Sul, ligada à CUT, narra a história de pequenos agricultores nas últimas duas décadas. Eles celebraram a possibilidade de poder financiar a reforma da casa, conquista atribuída ao "sindicato". Em seguida, falaram sobre a fundação da CUT, a Constituinte de 1988 e a eleição do presidente Lula. A personagem declara: "Eu quero ajudar a continuar a construção dessa história".








