HOUSTON - Depois de conseguir controlar desde quarta-feira o vazamento de óleo do golfo do méxico , com um método chamado "top kill", que consiste em tampar com cimento a fonte do escapamento, o chefe executivo da petrolífera BP, Tony Hayward, ainda não quer comemorar. Primeiro porque, por a experiência ser inédita, não se sabe se o petróleo vai deixar de vazar para sempre. O bombeamento de lama vai continuar por mais 24 a 48 horas. Depois porque, pela primeira vez, a petroleira, que garantia que o impacto ambiental seria modesto, admitiu o tamanho da catástrofe. Imenso, se levado em conta que o acidente do dia 20 de abril já havia sido considerado o pior vazamento de óleo da história dos estados unidos há algumas semanas. Passadas outras com o óleo escorrendo, obteve-se a certeza absoluta. A quantidade de óleo vazada pode ser de duas a quase quatro vezes maior do que em Exxon Valdez, no Alasca, em 1989, quando foram derramados 11 milhões de galões (42 milhões de litros).
Veja infográfico: a ameaça da maré negra na costa americana.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já saiu de Chicago rumo à costa americana do Golfo do México para avaliar os trabalhos de contenção do vazamento. Ele passará pela costa da Louisiana, onde já foi decretado estado de emergência . Uma camada viscosa de óleo invadiu manguezais e paralisou a lucrativa atividade pesqueira. A população ainda se recupera do impacto do furacão Katrina, em 2005 ( veja as espécies que estão em perigo ).
Esta viagem será a segunda de Obama à costa sul dos EUA desde o início do vazamento. Ontem, Obama prometeu que o problema será resolvido, e reagiu às críticas que seu governo vem sofrendo pela suposta demora em agir. Segundo Obama, até sua filha Malia, de 11 anos, se mostra aflita. "Já tapou o buraco, papai?", teria perguntado ela, segundo o presidente.
Nesta sexta-feira, cientistas da Universidade do Sul da Flórida descobriram uma nova mancha a mais de 35 quilômetros de onde foi a explosão e acreditam que seja uma expansão do óleo que vazou da plataforma. Se for mesmo, a vida marinha na costa da Flórida também fica sob amaeaça.
Nesta quinta-feira, obama ampliou a proibição de perfurações de petróleo na costa , que ele já havia anunciado que faria, dizendo que as novas perfurações só seriam feitas com mais segurança. e que uma comissçai para investigar o vazamento já já havia sido criada.
O diretor-geral da BP, Tony Hayward reconheceu que as informações obtidas sobre as causas da explosão mostram que houve uma série de erros antes do afundamento da plataforma deepwater horizon, em 20 de abril . O problema do governo federal é que ele não detém a tecnologia nem as ferramentas para resolver esse tipo de desastre a 1.600 metros de profundidade, e depende da BP para achar um jeito de conter o vazamento. O governo tem responsabilizado integralmente a BP pelo desastre.
Na quarta-feira, a empresa começou a "sufocar" o vazamento com lama pressurizada, e depois espera cimentar a boca do poço. A manobra nunca foi tentada a tamanha profundidade, e especialistas estimam em 50 por cento a chance de sucesso.








