Folha
Mais do que em outras eleições, 2010 empurra a Justiça Eleitoral para uma encruzilhada. Um caminho leva à desmoralização. O outro, à extinção.O TSE tem optado pela melhor das piores opções. Chamado a julgar as transgressões à lei, aplica multas que, por mixurucas, desmoralizam o tribunal.
Ao simular utilidade, o TSE ao menos não se auto-extingue. E pode continuar julgando as contravenções, que se avolumam.
Nesta sexta (28) aportou na corte máxima da Justiça Eleitoral nova representação. Tem como alvos Lula, Dilma Rousseff e o PT.
Não vem de adversários. Quem assina é o procurador-geral eleitoral, Roberto Gurgel. Acusa o PT de ter desvirtuado a finalidade de seu programa de 13 de maio.
Em vez de divulgar atividades partidárias, levou ao rádio e à TV uma “explícita exaltação do nome” de Dilma e “propaganda negativa” do rival José Serra.
Gurgel recorda: “No esforço para exaltar” Dilma, Lula recorreu “até à comparação com o líder sul-africano Nelson Mandela”.
Como presidente, candidata e partido já foram multados pelo TSE, o procurador-geral pede que a reincidência leve à imposição da multa máxima: R$ 25 mil.
Solicita, de resto, a suspensão do programa que o PT exibiria no segundo semestre de 2011. O do primeiro semestre já foi para o beleléu.
O PSDB também havia protocolado no TSE uma representação contra o mesmo programa. Pediu multa mais salgada: R$ 250 mil.
Na noite passada, o DEM, parceiro de Serra, mimetizou o PT. Levou ao ar uma peça de campanha pró-Serra. O PT já anunciou que vai ao TSE.
No mês que vem, PPS e PSDB vão cometer as mesmas ilegalidades. Sobrevirão novas representações. Entre uma multinha e outra, consolida-se a desmoralização.








