O PT decidiu levar à corrida eleitoral de São Paulo uma chapa puro-sangue. Eduardo Suplicy foi convidado para ser o vice de Aloizio Mercadante.
Em viagem à Alemanha, Suplicy foi contatado na última sexta-feira (14).
Procurou-o, em nome de Mercadante, o prefeito petista de Osasco, Emídio Souza.
Emídio responde pela coordenação executiva do comitê de campanha de Mercadante. Assumiu o posto há cinco dias.
Na noite deste sábado (15), o blog fez contato com Suplicy. O repórter alcançou-o, pelo telefone, na cidade alemã de Munique.
Suplicy confirmou: “O Emídio de Souza me ligou. Disse que queria ter comigo uma conversa importante quando eu retornasse ao Brasil...”
“...Ele adiantou o assunto, para eu começar a pensar. Afirmou que o partido quer que eu seja o vice”.
A julgar pelo que disse Emídio a Suplicy, a costura para a formação da chapa está avançada.
“Ele me disse: ‘Conversamos com todos os partidos coligados. Se o vice for você, todos aceitam abrir mão. Na base do PT também a aceitação é muito forte’.”
O repórter perguntou a Suplicy se ele aceitou o convite. O senador informou que o tema será discutido em reunião nesta segunda-feira (17).
Suplicy estará de volta a São Paulo na noite deste domingo (16). Ao chegar, combinará o horário do encontro.
Participarão do encontro o coordenador Emídio, o candidato Mercadante e o presidente do PT de São Paulo, Edinho Silva.
Na conversa com o blog, Suplicy pareceu tocado por algo que ouvira de Emídio. “Ele falou do meu projeto de renda básica de cidadania...”
“...Disse que, se eu aceitar [a vice], estou autorizado a falar a respeito, porque o programa será adotado. Disse que terei tempo significativo no horário de TV”.
Suplicy afirmou que, antes de dar sua resposta, quer ouvir os petistas que lhe são próximos. Deseja, de resto, que o partido ouça Lula e Dilma Rousseff.
Deseja saber o que pensam o presidente e a presidenciável do PT a respeito do seu ingresso na chapa de Mercadante e do projeto da renda mínima.
Até o fim de março, Suplicy era candidato não a vice, mas a governador. Chegou a recolher assinaturas para requerer a realização de uma prévia no PT.
Pesquisa Datafolha de 29 de março atribuíra a Suplicy (19%), percentual de intenção de votos mais vistoso que o de Mercadante (13%).
Num cenário contra Mercadante, o rival tucano Geraldo Alckmin aparecera com 53%. Contra Suplicy, Alckmin oscilara para baixo: 49%.
Porém, em reunião com a cúpula do PT paulista, Suplicy ouviu apelos para que desistisse das prévias. E abriu mão em favor de Mercadante, o preferido de Lula.
O convite para que Suplicy aceite ser o vice, chega num instante em que Mercadante negociava com o PDT a composição da chapa.
Presidido em São Paulo pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, o PDT chegou a indicar um par de nomes.
São eles: Eunice Cabral, sindicalista do setor têxtil; e Manoel Antunes, ex-prefeito do município de Rio Preto (SP).
Tomado pelo que disse Emídio, o PDT teria concordado em abrir mão da vice caso o escolhido seja Suplicy.
O coordenador da campanha de Mercadante mencionou outro argumento na conversa com Suplicy.
Lembrou que o vice de Alckmin será Guilherme Afif Domingos (DEM). Um personagem que concorreu ao Senado em 2006.








