Folha
O comitê de Dilma Rousseff decidiu evitar o envolvimento da candidata em atos que possam ser entendidos como novos “desafios” à Justiça Eleitoral.

Analisava-se a hipótese de promover novas aparições de Dilma ao lado de Lula, em eventos oficiais.
Algo que, em parecer, a Advocacia-Geral da União havia liberado.
Para evitar novos problemas no TSE, o QG de Dilma deu meia-volta.
A decisão do petismo chega com atraso. Lula já coleciona quatro multas do TSE. Dilma, duas. O PT, uma.
Como se fosse pouco, o Ministério Público Eleitoral acaba de pedir ao tribunal que imponha a ‘Cabo Eleitoral da Silva’ e a ‘Candidata Rousseff’ mais três multas.
O pedido consta de parecer enviado ao TSE pela vice-procuradora-geral Eleitoral Sandra Cureau. Ela foi chamada a opinar numa trinca representações.
Foram ajuizadas pelo DEM. Em todas elas, o partido acusa o presidente e sua pupila de fazer campanha ilegal na comemoração do Dia do Trabalho.
Uma se refere a evento realizado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo. Outra diz respeito a ato da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil.
A terceira envolve o pronunciamento oficial que Lula levou ao ar, em cadeia nacional, no dia 29 de abril.
Sandra Cureau endossou as reclamações. Acha que houve campanha subliminar pró-Dilma nas três oportunidades. Coisa “disfarçada, dissimulada”, segundo ela.
Ela recorda que a reincidência da prática, “demonstra que há uma lógica” na ação desenvolvida em favor da candidata oficial.
Primeiro, Lula profere discursos enaltecendo as realizações do governo. Compara sua gestão à administração passada...
...E, “de maneira explícita ou velada”, liga as “conquistas” à atuação de Dilma no governo. Por último, prega a “continuidade”. Sobre Dilma, Sandra Cureau anota:
“Ainda que, em muitas oportunidades, não profira uma única palavra, beneficia-se das engenhosas jactações levadas a cabo pelo Excelentíssimo Senhor Presidente”.
Completa: “Necessário lembrar que sequer há outra razão que justifique sua presença em tais eventos que não seja a de propaganda eleitoral extemporânea...”
“...Ainda que de forma dissimulada, uma vez que, na qualidade de notória pré-candidata, afastou-se do cargo que ocupava no governo, [...] para concorrer às eleições presidenciais.”
A Procuradoria recomendou que seja multado também o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), personagem da pajelança político-sindical do 1º de Maio.
Ao julgar os três casos, o TSE pode seguir ou não o parecer do Ministério Público Eleitoral. Em representações anteriores, seguiu.
Afora a decisão de manter Dilma longe de novas encrencas, o PT mantém a disposição de questionar no TSE a tática da oposição.
A exemplo do que fizera o PT, o DEM usou o seu programa partidário para enaltecer o presidenciável tucano José Serra. PPS e PSDB se preparam para fazer o mesmo.