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segunda-feira, 7 de junho de 2010

PSDB pede a PF e Procuradoria que ‘investiguem’ PT

  Sérgio Lima/FolhaEscorado no noticiário do final de semana, o PSDB de José Serra fará nesta semana uma ofensiva contra o PT de Dilma Rousseff.

O tucanato deseja esclarecer a acusação de que se tentara montar, nos porões da campanha de Dilma, um grupo para espionar Serra.

Autorizado pela direção do partido, o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR, na foto), líder da minoria na Câmara, adotará quatro providências:

1. Vai requerer a abertura de inquérito na Polícia Federal.

2. Encaminhará à Procuradoria-Geral da República um aditivo ao pedido de investigação formulado, na semana passada, por Raul Jungmann (PPS-PE).

A ideia, neste caso, é a de adicionar à petição de Jungmann os fatos noticiados no final de semana.

3. Fará nova representação, dessa vez ao Ministério Público Eleitoral.

4. Apresentará requerimento de convocação dos envolvidos para depor no Congresso, provavelmente na Comissão de Atividades de Inteligência.

Deseja-se convocar, inicialmente, as pessoas que participaram, em 20 de abril, de reunião num restaurante de Brasília. Entre elas:

O jornalista Luiz Lanzetta, o policial federal aposentado Onézimo Sousa, o ex-agente da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo e o empresário Benedito de Oliveira.

Há na praça duas versões sobre esse encontro. Numa, o policial de pijama Onézimo contou à 'Veja' que foi convocado para uma conversa com o grão-petê Fernando Pimentel.

Ao chegar no restaurante, encontrou Lanzetta, dono da Lanza, empresa contratada para prover mão-de-obra de comunicação à campanha de Dilma.

Segundo Onézimo, Lanzetta disse que falava em nome de Pimentel, um dos coordenadores da pré-campanha de Dilma.

Declarou que o jornalista lhe propôs a constituição de um grupo para espionar Serra e identificar “vazadores” de informações estratégicas do comitê petista.

Onézimo mencionou a cifra que lhe teria sido oferecida pelo serviço: R$ 1,6 milhão. Dinheiro que seria provido pelo empresário Benedito de Oliveira.

Na segunda versão, pendurada no noticiário por Lanzetta, Onézimo é que teria proposto um trabalho de contra-espionagem.

Coisa destinada a neutralizar, segundo Lanzetta, ação atribuída a um deputado tucano, Marcelo Itagiba (PSDB-RJ).

Egresso dos quadros da PF, Itagiba estaria, de acordo com o que Lanzetta diz ter ouvido de Onézimo, preparando dossiês contra políticos aliados do governo.

E quanto à participação Fernando Pimentel? Amigo de Lanzetta, o ex-prefeito soltou uma nota no sábado (5). Escreveu:

"Não conheço este senhor [Onézimo], nunca tive qualquer contato pessoal, telefônico ou por qualquer outro meio com ele, nem com sua empresa...”

“...Repilo a insinuação de que eu teria tomado conhecimento de um encontro entre este senhor Onézimo e o jornalista Luiz Lanzetta".

Considerando-se declaração feita por Lanzetta ao repórter Fernando Rodrigues, Pimentel tomou, sim, conhecimento da reunião. Mas só depois do ocorrido.

O repórter perguntou: Onézimo diz ter sido convidado para a reunião no [restaurante] Fritz pelo Pimentel. Isso ocorreu?

E Lanzetta: “É delírio. O Pimentel nem sabia disso. Só fui falar depois, quando começou a aparecer essa reunião. Falei para ele como tinha sido e que nada havia sido acertado”.

Decidido a afastar Dilma da encrenca, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, disse que interpelaria Serra na Justiça nesta segunda (7).

Serra atribuíra a Dilma a responsabilidade pela montagem de um dossiê contra ele. O PT pedirá que confirme. Se ratificar, será processado por danos morais.

Lanzetta se desligou da campanha. Pimentel deve ser afastado da coordenação. Perdeu terreno para Antonio Palocci (PT-SP), agora senhor absoluto do comitê de Dilma.  

O caldeirão arde a poucos dias da oficialização das candidaturas. A convenção do PSDB está marcada para sábado (12). A do PT ocorrerá no domingo (13)