Folha
Por maioria de votos –7 a 1— o plenário do STF mandou ao arquivo o pedido de intervenção no governo do Distrito Federal.

O pedido havia sido formulado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel (foto) nas pegadas do Arrudagate.
Relator do caso, o presidente do Supremo, ministro Cezar Peluso, votou contra.
Alegou que os malfeitos praticados sob José Roberto Arruda (ex-DEM) receberam respostas adequadas do Executivo e do Legislativo do DF.
Gurgel manifestou-se em sentido contrário. Levantou dúvidas sobre o processo que resultara, em abril, na eleição indireta do governador Rogério Rosso (PMDB).
Revelou que, um dia antes da eleição, nove deputados distritais reuniram-se num hotel de Goiânia, sob os auspício$ de um empresário com negócios no DF.
Recordou que oito dos treze votos que acomodaram Rosso na cadeira de governador vieram da bancada que recebia mesada do governo Arruda.
A despeito da pregação do procurador-geral, só um ministro, Carlos Ayres Britto, votou a favor da intervenção.
"Essa é uma oportunidade excelente para libertar o Distrito Federal das garras de um esquema de enquadrilhamento para assaltar sistematicamente o erário", disse.
Ecoando Gurgel, Ayres Britto disse que as renúncias sucessivas que ocorreram em Brasília –primeiro Arruda, depois o vice Paulo Octávio— “sinalizam um estado de putrefação institucional".
Acrescentou: "República é coisa do povo, não é coisa de um grupo, não é coisa de fulano ou de beltrano".