Antes que o novelo desenrolasse mais do que já destecera, a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, lavrou a sua carta de demissão e a entregou ao presidente Lula, que aceitou o desencargo.
Erenice Guerra tomou a atitude correta: a permanência dela na Casa Civil só agravaria o caso que a envolveu, e seus familiares, no suposto esquema de lobby dentro do governo federal.
O Brasil começa a romper mais um patamar na infraestrutura democrática: os áulicos não mais se conseguem segurar nos cargos quando alguma evidencia de irregularidade os alcança.
Embora pilhada pelos que desejam dissimular os fatos como sendo estes frutos de contendas politico eleitorais, a imprensa exerce um importante papel neste contexto: não é possível viver uma vacância noticiosa porque há eleições.
É usual se verem denuncias convenientemente guardadas para virem à tona no período eleitoral, mas, como campanha é essencialmente guerra, que os guarda-livros da Federação atentem aos seus escaninhos e não deixem que as traças tomem conta da papelada.
Aliás, neste aspecto, o presidente Lula não tem costumado deixar o caldo no bafo do vapor: todos os que têm sido pegos com a mão na massa, não importando quem ia comer o bolo, têm sido colocados para fora da cozinha.
É fato que, como o Zé Dirceu, eles continuam fazendo a festa, mas, pelo menos, saem da ribalta.








