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Sob o impacto da peça em que Lula o acusara de partir para a “baixaria”, José Serra retornou a um tema que, na véspera, refugara: o ‘Fiscogate’.
Sob o impacto da peça em que Lula o acusara de partir para a “baixaria”, José Serra retornou a um tema que, na véspera, refugara: o ‘Fiscogate’.Enxergou na participação de Lula no programa eleitoral não uma defesa de Dilma Rousseff, mas um ataque a ele.
Chamou sua antagonista de “candidata oculta”. E disse que Dilma terceirizou a artilharia ao cabo eleitoral.
Ela promove, segundo Serra, "a terceirização dos debates e dos ataques, que incluem, agora, o presidente da República”.
Disse que, a desperito de ser “presidente de todos os brasileiros", Lula “se engaja como porta-voz de uma candidata”.
Uma presidenciável que, segundo disse, “não tem condição de falar por si própria nem de atacar”.
Considerou "absolutamente original” que Lula o tenha acusado de recorrer à “baixaria”:
“Acusar vítimas, que reclamam por terem sido vítimas, de fazer jogo baixo... O jogo baixo, da invasão, só mostra a natureza daqueles que praticam o crime..."
"...Essa é a estratégia do PT, essa é a estratégia da candidata oculta e essa é a estratégia do presidente da República enquanto pessoa física".
Serra se disse “indignado” com a notícia de que também o cadastro de seu genro, Alexandre Bourgeois, foi atacado na agência da Receita em Mauá.
Acha que o episódio "deixa mais do que claro que se trata de um trabalho de quadrilha".
A caminho de Minas Gerais, onde fará seu 14º comício ao lado de Lula, Dilma também trocou um dedo de prosa com repórteres.
Falou num hangar de Brasília, antes de embarcar no jatinho de sua campanha.
Quanto à “terceirização”, disse que Lula não fez na propaganda dela senão “uma fala institucional”.
Considerou-a "muito clara, de boa qualidade”. Por quê? Lula falou como "líder" do PT. E “não baixou o nível em nenhum momento. Falar em baixaria eu também falo...”
“...Eu falo que o candidato adversário faz baixarias, factóides e falsidades contra mim, mas nem por isso estou descendo o nível”.
Sobre a suspeita de que seu comitê tenha parte nos malfeitos fiscais, Dilma disse que há entre o caso da Receita e a campanha dela um “salto mortal”.
Escorou-se na decisão do ministro Aldir Passarinho Jr. do TSE, que mandou ao arquivo um pedido de investigação feito pela coligação de Serra.
A decisão foi monocrática. Mas, para ela, "o TSE reconheceu [a ausência de motivação eleitoral] ao dizer que não tinha nenhuma evidência, nenhuma prova”.
Aos pouquinhos, a eleição vai ganhando nitidez. Numa fase em que ainda não havia propaganda na TV, Serra dissera que Lula estava “acima do bem e do mal”.
Iniciado o horário eleitoral, Serra levou ao ar a imagem dee Lula. Tentou associar-se a ele. Parecia ter abdicado de vez ao papel de oposicionista.
Em privado, Lula dissera que se incumbiria, ele próprio, de grudar na testa de Serra o carimbo do passado, representado por uma tatuagem de três letras: FHC.
No discurso da noite passada, Lula como que empurrou o rival de sua pupila para dentro do cercadinho da “turma do contra”.
Tachou-o de “desesperado”. Pespegou nele a pecha do preconceito. "Preconceito contra as mulheres", disse Lula. "E contra mim", fez questão de realçar.








