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Saiu mais um Datafolha. A pesquisa traz más notícias para Dilma Rousseff.
Cresceram as chances de a sucessão deslizar para o segundo turno.
A vantagem de Dilma em relação à soma de seus rivais é, agora, de 2 pontos.
A seis dias da eleição, a pupila de Lula oscilou três pontos para baixo. Desceu de 49% para 46%.
José Serra manteve-se em 28%. Marina Silva foi de 13% para 14%.
Considerando-se apenas os votos válidos, como faz o TSE na hora de contabilizar as urnas, Dilma desceu de 54% para 51% em cinco dias.
Para prevalecer no primeiro round, a petista precisa de 50% mais um voto. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos, para cima ou para baixo.
Assim, na pior hipótese, Dilma teria 49%. E a eleição iria ao segundo turno. No melhor cenário, ela teria 53%. E viraria presidente já em 3 de outubro.
Nessa conta que considera apenas os votos válidos, José Serra oscilou um ponto para o alto. Foi de 31% para 32%.
Marina Silva, a presidenciável que mais cresce, escalou dois pontos. Migrou de 14% para 16% dos votos válidos.
Dilma cai ou oscila para baixo em todos os estratos do eleitorado. Qualquer que seja o recorte –sexo, região, renda, escolaridade ou idade— ela perde votos.
A luz do segundo turno brilha com mais força entre os eleitores que ganham de 2 a 5 salários mínimos (R$ 1.021 a R$ 2.550).
Nessa faixa, estão acomodados 33% dos cerca de 135 milhões de eleitores. Coisa de 45 milhões de votos. Dilma caiu cinco pontos nesse pedaço do eleitorado.
Deve-se ao ‘Erenicegate’ a fissura no casco do transatlântico governista. Um caso que, na origem, Dilma tratara com menoscabo: “É factóide”, dissera.
No Datafolha fechado em 9 de setembro, antes da queda de Erenice Guerra, Dilma beliscava quase a metade dos votos dos eleitores de 2 a 5 salários mínimos.
Nesse universo, algo como 22,5 milhões de eleitores diziam que votariam na candidata petista. Na segunda semana de setembro, sobreveio o escândalo.
Apeada da Casa Civil, Erenice ganhou as feições de um dreno instalado no cesto de votos de Dilma.
Hoje, o apoio da candidada oficial no estrato de 2 a 5 mínimos soma 42%. O equivalente a 18,9 milhões de eleitores.
Ou seja, o “factóide” resultou, só nessa faixa da pirâmide social, numa perda potencial de 3,6 milhões de votos.
Desde a implosão de Erenice, ex-braço direito de Dilma, sucessora dela na Casa Civil, a pupila de Lula amargou queda de seis pontos. Caiu de 51% para 46%.
Juntos, os adeversários de Dilma, que pontuavam 39% antes de Erenice, passaram a somar 44% depois dela.
Contando-se apenas os votos válidos, a vantagem de Dilma sobre a soma de seus rivais minguou, em duas semanas, de notáveis 14 pontos para escassos 2 pontos.
Consideradas as devidas proporções, a maior queda de Dilma ocorreu junto aos eleitores que dispõem de canudo universitário (13% do eleitorado).
Nesse grupo mais escolarizado, a votação de Dilma arrostou uma erosão de sete pontos. Caiu de 35% para 28%, menos que Serra (34%) e Marina (30%).
Entre as mulheres, Dilma caiu cinco pontos na fase pós-Erenice. Foi de 47% para 32%.
Num recorte por região, as maiores quedas de Dilma foram registradas nas capitias, onde está assentado o eleitorado mais suscetível a escândalos.
Nessas regiões, que respondem por 38% do total de eleitores, Dilma caiu quatro pontos. Tinha 46%. Agora tem 42%.
Dilma distanciava-se de Serra na região Sul. Agora, está empatada com o rival tucano no limite da margem de erro da pesquisa. Ela com 39%. Ele, 35%.
Mesmo no Nordeste, cidadela de sua candidatura, Dilma caiu quatro pontos. Dispunha de 63%. Hoje, tem 59%. Serra dispõe de 19% nessa região.
Os efeitos de Erenice foram sentidos também na taxa de rejeição. Há uma semana, 22% dos eleitores diziam que jamais votariam em Dilma. O índice foi a 27%.
Na hipótese de vingar o segundo turno, o Datafolha aponta para uma briga mais renhida do que o petismo poderia supor.
Na simulação de um eventual segundo round contra Serra, a vantagem de Dilma estreitou-se. Em duas semanas, caiu de 22 pontos para 13 pontos: 52% a 39%.
Num embate direto, cada voto perdido por um candidato é somado em favor do outro. Significa dizer que, para bater Dilma, Serra teria de escalar 7 pontos.
Dito de outro modo: caso a eleição vá para o segundo turno, Dilma continua sendo a favorita. Mas Erenice converteu um passeio pelo bosque em rally acidentado.








