Menos de 24 horas depois de Lula ter aparecido no programa de Dilma Rousseff para acusar José Serra de recorrer à baixaria, sobreveio uma novidade.Também o CPF de Alexandre Bourgeois, genro do presidenciável tucano, foi bisbilhotado na agência da Receita em Mauá (SP).
Deu-se em 16 de outubro de 2009, oito dias depois do acesso feito aos dados fiscais da mulher de Alexandre, Verônica Serra, e de outros tucanos.
De novo, a violação ocorreu na máquina da servidora Adeildda Ferreira Leão dos Santos. Aquela cujo advogado diz ter cumprido “ordens superiores”.
É apenas mais uma evidência de que, no ninho de violações de Mauá, o tucano Serra era, por assim dizer, uma ave pesquisada.
Ali, descortinaram-se os sigilos da filha e do genro de Serra. Abriram-se os dados de Eduardo Jorge, vice-presidente do partido dele...
Apalparam-se as informações de Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro de FHC e amigo do candidato...
Perscrutraram-se os números de Gregório Marin Preciado, marido de uma prima de Serra e ex-sócio do tucano num imóvel...
Varejaram-se as declarações de Ricardo Sérgio, ex-coletor de arcas de Serra. Sem contar um sócio de Ricardo, já morto.
O fisco se esforça para diluir as plumas de Mauá num caldeirão em que se misturam 2.949 contribuintes violados na máquina de Adeildda. Porém...
Porém, tornou-se impossível disfarçar a fixação por Serra. Para o presidente do PT, José Eduardo Dutra, o caso é de “polícia”.
De fato. Mas o pano de fundo é indisfarçavelmente político. É uma pena que, no discurso da véspera, Lula não tenha pronunciado palavra sobre o mérito da encrenca que rói as entranhas do fisco.








