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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Lula agora deseja que Dilma realize comícios sem ele


Presidente cobra também 'ajustes'  na propaganda de TV

Em rara autocriticia, ele acha que errou ao atacar a mídia


  José Cruz/ABr
Lula discutirá com Dilma Rousseff e com os operadores do comitê de sua pupila ajustes na dinâmica da campanha de rua e na propaganda de TV.


Depois de passar todo o primeiro turno dividindo palanques com Dilma, o presidente deseja, agora, que sua candidata faça também comícios sem ele.

Justifica a alteração com o argumento de que convém diversificar a programação, levando a campanha ao maior número possível de praças.

Assim, num segundo turno de curta duração, parte dos comícios seria comandada pela própria Dilma. Outra parte, por Lula.

Eventos com a presença de ambos passariam a ser exceções.

Como subproduto da tática, as aparições individuais de Dilma ajudariam a afastar dela a pecha de lulodependente.

Em privado, Lula trocou a estratégia em miúdos. Afirma que ajudará mais à campanha se concentrar seus esforços no Nordeste.

Dilma privilegiaria os centros urbanos. Para Lula, a agenda precisa regular com o mapa de votação. A candidata iria às praças onde obteve menos votos.

Lula se autoescala para o Nordeste porque é nesse pedaço do mapa que sua popularidade é mais alta. Na média, Passa dos 80%.

Entre os nordestinos, Dilma obteve, em média, 60% dos votos. Prevaleceu com folga sobre José Serra. Mas passou longe do índice de aprovação do patrono.

Condutor da própria sucessão, Lula avalia que é preciso ajustar também a propaganda televisiva, sob responsabilidade do marqueteiro João Santana.

Afirma que falta “povo” nos programas de TV. Para ele, as peças não traduzem o calor com que Dilma é recebida nas viagens.

Defende também que a campanha oficial “baixe a bola” nos discursos. Nesse ponto, Lula faz uma rara autocrítica.

Admite que errou ao vergastar a mídia. Forneceu munição para o discurso do medo que a oposição constrói contra Dilma.

No mais, Lula revela-se preocupado com o ânimo de sua candidata. Lamenta que a chegada do segundo turno a tenha deixado demasiado abatida.

Calejado, afirma que não há razão para tanto. Declara-se convencido de que a vitória foi apenas adiada.