Pesquisar este blog

Total de visualizações de página

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Gestor de ‘abacaxi’, Garibaldi descarta reforma ampla

Renato Araújo/ABr

Ministro improvável de uma pasta indesejável, o senador Garibaldi Alves Filho, novo titular da Previdência, disse que teve um final de ano atípico.

"Desde a confirmação do meu nome, ao invés de me dar feliz ano novo, as pessoas me falavam que eu ia assumir um abacaxi, que a Previdência é um abacaxi".

Ex-presidente de uma CPI que prometia levar o primeiro reinado de Lula ao “fim do mundo”, Garibaldi tornou-se ministro de Dilma Rousseff por exclusão.

Seu partido, o PMDB, não queria a pasta. Como Dilma não oferecesse alternativa, José Sarney e Renan Calheiros empinaram o nome de Eduardo Braga.

Ex-governador do Amazonas, senador recém-eleito, Braga refugou. E o fruto da família das bromeliáceas, de extremidades espinhentas, foi ao colo de Garibaldi.

Político experimentado –ex-governador potiguar e ex-presidente do Senado—, Garibaldi disse que, pela primeira vez em toda a carreira, sentiu-se intimidado.

Especialistas em ananás sustentam que a encrenca confiada a Garibaldi exigiria uma ampla reforma. O novo ministro não chega a discordar. Porém...

Porém, declarou que a reforma previdenciária exigiria um grandioso consenso político. Algo que não considera realista.

Prefere falar em mudanças “pontuais”. Quais? "Ainda estou na fase de estudos, tomando pé da função, não tenho nenhuma reforma pontual a ser adotada".

Garibaldi rendeu homenagens ao vice Michel Temer e aos padrinhos Sarney e Renan. Agradeceu a “confiança” de Dilma à sua maneira.

Sincero a mais não poder, disse: "Sei que talvez meu currículo não fosse o que ela desejasse”.

Encontrou conforto no discurso de posse de outro representante do PMDB na Esplanada, Edison Lobão, reconduzido à pasta das Minas e Energia:

“Vi, hoje, na posse do ministro Lobão, ele afirmando que também não tinha um currículo tão importante naquela área. Espero ser tão bem sucedido quanto ele foi".

Antecessor de Garibaldi, o ministro que sai, Carlos Gabas, foi convencido por ele a permanecer no prédio.

Gabas será o segundo da pasta, secretário-executivo de Garibaldi. Ao discursar, ele brincou com a sílaba que o iguala ao novo “chefe”:

"Até me disseram que, juntos, podemos formar a dupla 'gagá' [Gabas/Garibaldi]. Mas não será isso, nós vamos trabalhar juntos".