A imagem acima é o fac-simile do diploma que eu recebi da Justiça Eleitoral, declarando-me eleito, e com o qual eu me habilitei para tomar posse, há pouco, como um dos 41 deputados estaduais do Pará.
Agradeço aos 29.863 eleitores que sufragaram o meu nome nas urnas, e a todos aqueles que, além de depositarem o sufrágio, emprestaram o seu suor na difícil labuta que travei por todos os recantos que percorri no Estado.
Do alto dos meus 52 anos, percebendo que para mim há menos distância à frente do que já percorri, obrigo-me a constatar que a minha geração de políticos vive um ocaso no alvorecer de uma transição: gostaria de contribuir para a transição antes de ser alcançado pelo ocaso.
Para tal, eu preciso da contribuição política de todos: que o meu mandato seja um instrumento das ansiedades do Pará.
Sei que estas ansiedades são maiores que as possibilidades daquilo que eu posso oferecer, mas, não são maiores que a minha resolução de satisfazê-las.
Peço vênia a todos para dedicar este mandato à memória de meu pai, um caboclo das margens do Rio Tocantins que franzia o rosto sempre que eu lhe falava que gostaria de entrar na política. “Política não é coisa de homem sério, meu filho. Estude se quiser ser alguém na vida!”, rugia ele.
Estudei, fui alguém na vida, e dentre as singelas e significativas lições que meu pai me legou, desobedeci aquela que me aconselhava a não entrar na política, afinal, ninguém é perfeito.
Ousei discordar do meu pai, ao insistir que a política é coisa de homens e mulheres sérias, mas, é também o mais perfeito repositório das paixões e defeitos de quem a abraça, e não é correto querer destruir a forma por alguma jaça no conteúdo: para limar a jaça, há o processo eleitoral.
Que Deus nos abençoe.
Fonte: parsifal 5.0