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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

EUA discutem com Egito plano para saída de Mubarak, diz 'NYT'



1º de fevereiro - O presidente do Egito, Hosni Mubarak, anunciou em discurso na TV que não concorrerá à reeleição, mas contrariou as exigências da .... Foto: AP
Plano prevê a entrega do poder de Mubarak a um governo de transição liderado pelo vice-presidente Omar Suleiman
Foto: AP
A Casa Branca discute com autoridades egípcias uma proposta para que o presidente do Egito, Hosni Mubarak, renuncie imediatamente e entregue o poder a um governo de transição liderado pelo vice-presidente Omar Suleiman. As supostas negociações foram publicadas pela edição digital do jornal The New York Times, que sustentou que o governo de transição contaria com o respaldo do Exército egípcio.
Por enquanto, Mubarak rejeitou os pedidos para sua saída imediata do poder. Ainda assim, o diário, que se baseia em informações de funcionários do governo americano e fontes diplomáticas árabes não identificadas, assegura que Washington e Cairo mantêm conversas para um plano no qual Suleiman assumiria o controle do país.
O vice-presidente contaria com o respaldo do chefe das Forças Armadas, Sami Enan, e do ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantawi, e iniciaria imediatamente um processo de reforma constitucional.
Pela proposta, o governo de transição convidaria membros de uma ampla gama de grupos de oposição, incluindo a Irmandade Muçulmana, a principal força opositora no Egito, para convocar eleições livres e justas em setembro.
As autoridades advertiram que o resultado do diálogo depende de vários fatores, entre eles a evolução das manifestações nas ruas do Cairo e de outras cidades egípcias e as dinâmicas de poder dentro do governo.
Algumas das fontes consultadas pelo jornal indicaram que não existem provas de que Suleiman e as Forças Armadas estejam dispostos a abandonar Mubarak.
Protestos convulsionam o Egito
Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, principalmente pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, masMubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.
A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. O presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que"a mudança chegará" para o Egito. Já os Irmãos Muçulmanos disseram que não iriam dialogar com o novo governo. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milharesde pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak.
A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo. O dia seguinte, 2 de fevereiro, no entanto, foi novamente de caos na capital. Manifestantes pró e contra o governo Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro. O número de mortos é incerto, entre seis e dez, e mais de 800 pessoas ficaram feridas. No dia seguinte, o governo disse ter iniciado um diálogo com os partidos. Mas a oposição nega. Na praça Tahrir e arredores, segue a tensão.