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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Humberto Costa: ‘Vamos derrubar todas as emendas’

  Fotos: Abr e Ag.Senado
Vencida a fase da Câmara, o governo se move para aprovar o salário mínimo de R$ 545 no Senado.
De antemão, o senador Humberto Costa (PE), líder do PT, lança uma espécie de grito de guerra:
"Emendas, nós não vamos derrubar todas as que aparecerem em plenário”.
Curiosamente, o primeiro desafio à palavra do líder petista veio da própria bancada do PT.
Paulo Paim (RS), um dos “liderados” de Humberto, anunciou, da tribuna do Senado, a intenção de emendar o texto aprovado pelos deputados.
Paim deseja manter os R$ 545 propostos por Dilma Rousseff. Mas quer antecipar parte do reajuste que vai vigorar em janeiro do ano que vem (2,75%).
Em essência, Paim deseja viabilizar o pagamento imediato de R$ 560, como propõem as centrais sindicais.
Sem prejuízo da preservação da política de reajustes do mínimo, que prevê a correção da inflação mais o PIB dos dois anos anteriores.
Abespinhado, Humberto convocou para a próxima terça (22) uma reunião de sua bancada.
O líder petista deseja obter de sua bancada, a segunda maior do Senado, com 15 senadores, o compromisso de referendar a proposta oficial, sem emendas.
Ao discursar da tribuna, Paim deu uma ideia do bombardeio que se abriu contra ele:
“Qual é o problema de propor uma antecipação [de reajuste]?
“Dizem que tem que prender o Paim, tem que pegar o Paim. Já querem prender e matar...”
“...Para os senadores que pensam em prendder, matar e arrebentar, só posso dizer: vá devagar. Que Deus dê em dobro a eles tudo o que me desejam”.
No Senado, o projeto do salário mínimo vai a voto na quarta (23). A intenção do governo é liquidar a fatura no mesmo dia.
Apegado ao rito de toque de caixa, Humberto recorda que, se for modificada pelos senadores, a proposta terá de retornar à Câmara.
"Não vamos colocar nenhum tipo de procedimento que faça com que o projeto volte para uma segunda votação na Câmara”, disse Humberto.
Quanto a Paim, reivindica para si o “direito mínimo de penar”. Afirma que “seria um papagaio” caso se limitasse a “repetir o que ouvi deles”.
E Humberto: "O ônus ou o bônus é igual para todos os senadores do PT". Recorda que Dilma pediu votos para todos os senadores eleitos pelo partido.
Realça as dificuldades da conjuntura econômica: "Nenhum de nós precisa ter qualquer tipo de constrangimento de votar com o governo...”
“...Até porque nos sabemos que se não podemos dar ao trabalhador um salário mínimo maior é porque estamos vivendo pressões inflacionárias e incertezas no cenário econômico internacional...”
“...E o governo quer ser responsável com o poder aquisitivo dos trabalhadores e tem que ser precavido".
Nesse debate, o ex-sindicalista Paulo Paim evoca o ex-PT, aquela legenda que, na oposição, ecoava os sindicatos sem preocupações com o caixa.
Humberto vocaliza o neoPT, um partido que, acomodado no Poder, flerta com a ideia de que toda reivindicação tem que ser baseada num orçamento.