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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

No Senado, oposição contabiliza no máximo 23 votos

Sérgio Lima/Folha
A três dias da votação final do projeto que fixa o salário mínimo em R$ 545, lideranças da oposição esboçaram um mapa do plenário do Senado.
Conciliados com o óbvio, os rivais do Planalto dão de barato que o texto proposto por Dilma Rousseff prevalecerá por um placar acachapante.
Concluiu-se que, num colégio de 81 senadores, a oposição levará ao painel eletrônico, no máximo 23 votos a favor do mínimo de R$ 560.
Nessa conta, apenas 19 votos são classificados como absolutamente certos: a bancada de dez senadores que sobrou ao PSDB...
...Os cinco senadores que restaram ao DEM, um do PPS, dois do PSOL e o eterno dissidente Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Chega-se aos 23 injetando na contabilidade quatro senadores que, no salário mínimo, tucanos e ‘demos’ classificam como “potenciais dissidentes”.
São eles: Roberto Requião (PMDB-PR), Pedro Simon (PMDB-RS), Pedro Taques (PDT-MT) e Ana Amélia (PP-RS).
Incluindo-se na soma o senador Paulo Paim (PT-RS), o bloco iria a 24. Mas ninguém parece levar a sério os arroubos de independência do petista.
Imagina-se que, na última hora, Paim arranjará uma desculpa para se dissociar dos R$ 560 e votar a favor dos R$ 545.
A exemplo do que fez na Câmara, o PSDB insistirá no mínimo de R$ 600. Mera afirmação de posição. Na mesma linha, o PSOL repetirá a emenda de R$ 700.
O governo prevalecerá também na manutenção do artigo 3º do projeto, que autoriza Dilma a fixar o valor do mínimo por decreto a cada ano de seu mandato.
A certeza quanto ao resultado é tão aguda que PSDB e PPS já preparam a ação que será protocolada no STF, questionando a constitucionalidade desse artigo.
O êxito do governo vai às manchetes como primeira evidência prática da nova composição do Senado.
Sob Lula, em votações pontuais, oposição e governistas insurretos conseguiam impor derrotas ao governo. A mais notória foi o sepultamento da CPMF, em 2007.
Agora, com as bancadas lipoaspiradas, tucanos e ‘demos’ experimentam no Senado a mesma sensação de insignificância a que já se haviam habituado na Câmara.