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sábado, 19 de março de 2011

Aviões franceses começaram a disparar na Líbia


Um avião francês efectuou o primeiro disparo contra um veículo militar na Líbia quando eram 16h45 em Lisboa.Sarkozy já tinha anunciado uma "missão de reconhecimento" em Bengasi para proteger os civis.
Vários aviões Rafale começaram a sobrevoar “todo o território líbio”, depois de terem descolado ao início da tarde da base de Saint-Dizier, na parte Oriental de França, onde estão habitualmente estacionados. A “missão de reconhecimento” deverá prolongar-se durante toda a tarde, segundo uma fonte militar citada pela AFP. A operação estará a decorrer sem dificuldades.
Ao início da manhã, um avião militar caiu na cidade e os rebeldes chegaram a anunciar que o tinham abatido. Pouco depois, um porta-voz da oposição veio corrigir a informação, adiantando que o aparelho estava em poder dos rebeldes e despenhou-se quando tentava atacar as forças leais a Khadafi. Desconhecem-se as causas do incidente.

A estação de televisão Al Arabiya noticiou que aviões italianos estariam também a realizar uma missão de observação na Líbia, mas a informação foi desmentida pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que adiantou que a Itália está apenas a fornecer bases para as operações mas que poderá vir a participar em raides aéreos.

A missão é composta por aviões Rafale, aparelhos de combate habitualmente usados em missões de reconhecimento e de defesa aérea. O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, adiantou que o objectivo desta missão é impedir ataques aéreos das forças leais ao coronel Muammar Khadafi sobre Bengasi, a primeira cidade libertada pelos rebeldes que se opõem ao regime. E sublinhou que os aviões estão “prontos a intervir contra os blindados” das forças de Khadafi. A força francesa na Líbia é composta por dois aviões Rafales e dois Mirages.

Sarkozy falou aos jornalistas durante a cimeira que está a decorrer em Paris e que reúne representantes da União Europeia, Washington, da Liga Árabe e da União Africana para debater a situação na Líbia e a questão da intervenção militar internacional no país. Disse que “a porta da diplomacia se abrirá logo que terminem as agressões contra a população”, mas do território chegam relatos de ataques junto a Bengasi, apesar do ultimato feito a Khadafi por vários países depois de, na quinta-feira, o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado a aplicação de “todas as medidas necessárias” para travar a violência.

O Presidente francês apelou a Khadafi para respeitar "sem demora e sem reservas" a resolução da ONU para "evitar o pior", enquanto o primeiro-ministro britânico, David Cameron considerou que "está na hora de passar à acção". E adiantou: "Devemos pôr em prática a vontade da ONU, não podemos permitir a continuação do massacre de civis." 

No encontro em Paris vários países já manifestaram disponibilidade para participar numa operação militar. É o caso do Qatar, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Noruega, Espanha e Itália, que se juntam à França e ao Reino Unido, que têm assumido a liderança deste processo diplomático e militar. 

Na noite de sexta-feira o Presidente norte-americano Barack Obama referiu-se à situação na Líbia pela primeira vez após a aprovação da resolução do Conselho de Segurança pela ONU e ameaçou o regime de Khadafi com uma intervenção militar se continuarem os ataques contra civis. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, considerou, por outro lado, que Khadafi "perdeu toda a legitimidade" e deve abandonar o poder.

Khadafi defendeu nesta manhã que os países ocidentais não têm o direito de intervir no país. "É uma injustiça, uma clara agressão", disse numa carta divulgada pelo porta-voz do Governo, Mussa Ibrahim, numa carta dirigida à França, Reino Unido e ONU. "Irão lamentar se avançarem para uma interferência nas nossas questões internas", adiantou.