As autoridades japonesas vão empregar canhões de água, como os que são utilizados em distúrbios com multidões, numa tentativa desesperada para arrefecer os reactores nucleares da central de Fukushima e evitar o alastrar de fugas de radioactividade. Outra alternativa são bombas de água de alta pressão vindas dos Estados Unidos.
De acordo com a agência de segurança nuclear japonesa, o Exército vai ajudar a bombear água para o reactor 3 e para um tanque do reactor 4, onde está armazenado o combustível nuclear usado.
Hoje, um helicóptero não conseguiu lançar água sobre o reactor 3, devido aos níveis de radioactividade sobre a central. O aparelho seguira de Sendai para Fukushima esta tarde (manhã em Lisboa), com um reservatório de água semelhante aos que são empregues em Portugal no combate a incêndios. Mas os níveis de radiação sobre o reactor 3 ultrapassavam os 50 milisieverts, que é o limite de exposição para os militares em missão, segundo a televisão japonesa NHK.Para tentar arrefecer o reactor 4, onde há combustível nuclear usado a aquecer de forma preocupante, especialmente depois de um incêndio ocorrido hoje, a polícia municipal de Tóquio vai utilizar um camião-cisterna com canhões de água. Segundo a agência Kyodo, o camião-cisterna já chegou ao reactor.
Hoje, o Exército norte-americano anunciou que vai fornecer bombas de água de alta pressão às autoridades japonesas para tentar arrefecer os reactores, noticia a AFP. Um número de bombas que ainda não foi especificado chegou a noite passada à base norte-americana de Yokosuka, na baía de Tóquio, e será agora enviado para a base de Yokota, onde serão entregues às autoridades japonesas.
O Governo japonês reconheceu hoje a necessidade de pedir a cooperação do Exército americano para evitar uma catástrofe nuclear.
Entretanto, os Estados Unidos enviaram também ao Japão equipamentos e 34 técnicos especializados, que conduzirão as suas próprias medições de radioactividade no país. Segundo o embaixador norte-americano John Roos, citado pela NHK, isto não significa que os EUA não confiem nos dados divulgados pelo Japão, mas é uma forma de auxiliar o país e também garantir a segurança dos cidadãos norte-americanos.
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