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terça-feira, 15 de março de 2011

Em recado a Kassab, Agripino diz que DEM não abriga oportunista

Em seu discurso como novo presidente do DEM, o senador José Agripino Maia (RN) reafirmou as bandeiras da sigla como legenda de oposição.

Em um recado ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), Agripino disse que "ninguém se abriga por oportunismo numa legenda de oposição" --por isso é necessário ter convicções oposicionistas para integrar o partido.

"O que eu defendo, eleito por vocês presidente do partido, é que nós coloquemos o sentimento partidário e as idéias do partido acima de interesses pessoais", disse.

O nome do prefeito não foi mencionado em nenhum dos discursos da convenção nacional do DEM que elegeu Agripino novo presidente da sigla.

O líder do partido no Senado, Demóstenes Torres (GO), foi o único a mencionar a possibilidade de alguns filiados deixarem o partido junto com Kassab --mas sem citar o nome do prefeito.

"José Agripino é o nome capaz de fazer com que aquelas pessoas que desejam sair do partido possam ainda ficar. Não queremos de forma alguma ter uma posição radical, ter posição de imposição partidária", afirmou.

Num afago à senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que ameaça deixar o DEM junto com o grupo de Kassab, Agripino defendeu a preservação do meio ambiente aliada ao desenvolvimento. A senadora é presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e defensora do agronegócio no Congresso.

"Eu não sou direito, rejeito a pecha. Mas defendo que a defesa do meio ambiente conviva com o desenvolvimento. Isso é modernidade, que tem que ser bandeira do Democratas."

Agripino disse que aceitou a "missão" de comandar o DEM depois que as duas alas divergentes da sigla fizeram sucessivos apelos para que ficasse no controle do partido num mandato-tampão até setembro --quando o DEM elege um novo presidente. O grupo do ex-senador Jorge Bornhausen (DEM-SC), ligado a Kassab, travou uma disputa interna com o grupo do ex-presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), que quase levou à implosão da sigla.

"Se um e o outro me convida para exercer a missão, o que está por trás disso: o desejo claro da unidade. Se escolheram um conciliador, é porque as duas facções querem a unidade. Jamais poderia me negar a essa tarefa", afirmou Agripino.

MENSALÃO

Vários discursos lembraram o mensalão do DEM, no ano passado, que deu início à crise interna no partido. Agripino afirmou que a sigla foi a "única capaz de rasgar na própria carne" para expulsar o seu então único governador, José Roberto Arruda (DEM) --protagonista das denúncias da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.

"Essa é uma manifestação de padrão ético democrático do nosso partido", afirmou.