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terça-feira, 15 de março de 2011

Japão - Energia nuclear

nuclearOs danos causados na usina de Fukushima, pelo terremoto que castigou o Japão, transmitem uma visão negativa da geração nuclear, que depois da tragédia de Chernobyl, aos poucos se recuperava como fonte segura de energia.
O Japão tem 55 reatores nucleares que produzem 30% da energia consumida. A Europa Ocidental é a maior produtora de nucleoeletricidade do mundo: 30% do que o bloco consome.
Há uma tradução equivocada das notícias veiculadas nos EUA e Europa de que o programa nuclear de ambos sofreria solução de continuidade após Fukushima: as autoridade energéticas de ambos anunciaram que os respectivos programas possivelmente sofrerão realinhamento após o fato.

O realinhamento não é o de desaceleração dos investimentos em nucleoeletricidade, mas, tiradas as lições do ocorrido, em como poderão ser redesenhados os reatores para evitar ocorrências similares em situações correspondentes.
A energia nuclear é segura, desde que seguidos, na elaboração das plantas, todos os protocolos exigidos. A asserção é válida para toda obra de engenharia.
Se as usinas nucleares são seguras porque as ocorrências em Fukushima? A resposta é elementar, e qualquer raciocínio diferente é um equívoco de lógica: houve um terremoto de magnitude singular que arredou a ilha do Japão do seu centro de gravidade, acompanhado de um tsunami, cuja onda principal chegou a uma velocidade de 800 km/h, e a usina de Fukushima estava na trilha desta fúria indômita.
É um prodígio de engenharia as varetas nucleares não terem derretido à primeira falta de refrigeração. É um demonstração de magnitude técnica que a radiação tenha sido mantida em condições não anormais mesmo após as explosões ocorridas.
O que ocorre em Fukushima não tem como causa um acidente nuclear e sim uma ocorrência incontornável por qualquer engenharia deste planeta: um cataclismo.
Sendo inevitáveis os estertores da natureza, imagine se no lugar de um reator nuclear, estivesse uma usina hidrelétrica com a mesma capacidade de geração, nos moldes de Três Gargantas na China, ou mesmo, do porte da Usina de Tucuruí: nenhuma resistiria a um sismo daquela magnitude.
As consequências do rompimento de uma usina como Tucuruí seria um tsunami fluvial que varreria do mapa todas as cidades da jusante, com repercussões até Belém: uma tragédia 100 vezes maior do que poderia ser o derretimento de todas as varetas de Fukushima, cuja radiação poder-se-ia expandir por um raio de 20 km, área que, inclusive, já está sob alerta de isolamento.
Toda geração de energia envolve riscos diretos e, dentre todas as já dominadas pelo engenho humano, a energia nuclear é aquela cujos benefícios gerais, possuem custos menos impactantes.
Não é inteligente pensarmos que não mais se deverão construir edifícios porque um caiu, principalmente se a queda não foi causada pela própria engenharia da construção.
Não estou, neste parágrafo, referindo-me ao Real Class: isto é assunto para outra postagem, em breve.