Pesquisar este blog

Total de visualizações de página

sábado, 5 de março de 2011

Itamaraty apura desvio em embaixada no Zimbábue

  Julia Moraes/Folha
Nos últimos dias, o Itamaraty frequenta as manchetes em posição incômoda.
Primeiro, a farra da distribuição de passaportes diplomáticos.
Depois, o sumiço de 18 obras de arte na embaixada brasileira em Paris.
Agora, mais essa: indícios de desvio de verbas federais enviadas ao Zimbábue.
Deve-se a revelação da nova encrenca ao repórter Matheus Leitão. Ele conta:
1. Titular da embaixada brasileira em Harare, capital do Zimbábue, o embaixador Raul de Taunay (foto) foi exonerado pelo chanceler Antonio Patriota na semana passada.
2. Taunay comandava a embaixada desde 2007. Retorna ao Brasil na condição de investigado.
3. O procedimento investigatório foi instaurado pela Corregedoria do Serviço Exterior do Itamaraty. Deu-se em junho de 2010.
4. Abriu-se o procedimento depois que o escritório financeiro do Itamaraty em Nova York farejou indícios de malfeitos.
5. Os recursos enviados por Brasília para custear as representações brasileiras no estrangeiro passam por Nova York.
6. O odor vindo do Zimbábue começou a exalar em 2008. Foram detectados recibos ilegíveis, pagamentos indevidos, credores inexistentes, despesas não comprovadas...
7. Documento interno do Itamaraty anota que detectaram-se “indícios de desvio ou má aplicação de recursos públicos". Coisa de US$ 300 mil.
8. Ouvidos, o embaixador Taunay e servidores da embaixada de Harare deram depoimentos contraditórios. Instaurou-se uma atmosfera envenenada.
9. O corregedor do Itamaraty, Heraldo Póvoas Arruda requereu a abertura de uma tomada de contas especial. Vai-se esquadrinhar a contabilidade da embaixada.
10. Estima-se que o trabalho ficará pronto em maio. Os achados serão remetidos ao TCU. Até lá, diz o Itamaraty, o embaixador Taunay trabalhará em Brasília.
Elite da administração pública, a diplomacia brasileira precisa recolher os punhos de renda. Puídos como estão, não fazem boa vista. Reclamam reforma.