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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Empate no STF adia a volta Jader Barbalho ao Senado

ABr
O direito de Jader Barbalho de retornar ao Senado suscita certas dúvidas, nenhuma delas certa.
O STF julgou nesta quarta (9) mais um recurso ajuizado pelos advogados do morubixaba do PMDB paraense.
Em juridiquês, a língua dos advogados, o recurso se chama “embargo de declaração”.
No caso específico, Jader tenta embargar o cumprimento da decisão do Supremo que confirmou seu enquadramento na Lei da Ficha Limpa.
Foi brindado com um empate. Cinco votos a favor, cinco contra. O resultado mantém Jader longe do Senado por mais algum tempo.  
Para entender: em outubro de 2010, Jader recorrera ao STF contra sentença do TSE, que, enxergando nódoas em sua biografia, impingira-lhe a Leia da Ficha Limpa.

Produziu-se no Supemo um primeiro empate: cinco ministros votaram com Jader, devolvendo-lhe o direito de ir às urnas. Outros cinco deram razão à Justiça Eleitoral.
Composto de 11 ministros, o plenário do STF estava incompleto. O ministro Eros Grau aposentara-se meses antes.
Assim, diante da impossibilidade de desempatar a contenda, o STF optou por manter em pé a decisão do TSE.
A despeito disso, pendurados em recursos judiciais, Jader foi às urnas. Tomado pela quantidade de votos, elegeu-se. Graças ao óbice legal, não tomou posse.
O tempo passou. Chegou ao STF Luiz Fux, o sucessor de Eros Grau. Com 11 ministros na bancada, o tribunal julgou novo recurso envolvendo a Ficha Limpa.
Por 6 votos a 5, o Supremo decidiu que a nova lei não poderia ter sido aplicada na eleição de 2010.
Desde então, políticos de ficha pouco higienizada, barrados nas urnas do ano passado, reivindicam a validação de suas votações.
Vários deles já obtiveram sucesso. Há dois dias, por exemplo, tomou posse no Senado Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Jader não teve, por ora, a mesma sorte.
No julgamento desta quarta (9), o morubixaba do PMDB paraense foi brindado com um novo empate.
Cinco ministros votaram a favor da manutenção do acórdão de 2010, que validara a decisão do TSE, pela inelegibilidade de Jader.
Outros cinco ministros manifestaram-se a favor do deferimento do recurso de Jader, com o consequente reconhecimento da eleição dele.
Para desassossego de Jader, o plenário do Supremo está, de novo, incompleto. Ellen Gracie aposentou-se em agosto.
Dilma acaba de indicar uma substituta, Rosa Maria Weber. Porém, antes de assumir, a nova ministra terá de ser sabatinada e referendada pelo Senado.
Diante da impossibilidade de promover o desempate, o presidente do STF, Cezar Peluso decidiu devolver o recurso de Jader à prateleira.
Permanecerá na estante até a chegada da futura ministra, a quem caberá emitir o voto de minerva.
Até lá, permanece na poltrona reivindicada por Jader a senadora Marinor Britto (PSOL-PA), cuja posse decorreu da inabilitação do rival.
Ainda que temporariamente, o Senado vai sendo privado da incômoda presença de Jader. É o acaso fazendo justiça por vias tortas.
Concluído o não-julgamento do recurso de Jader, os ministros do STF dedicam-se agora a julgar outro processo cabeludo.
Envolve, novamente, a aplicação da Ficha Limpa. Discute-se agora a validade da lei para eleições futuras.
Nesse instante, o ministro Luiz Fux, relator da causa, está lendo o seu voto. Em nome da segurança juridical, espera-se que o Supremo não sirva à plateia mais um empate