Países ameaçados, empresas resistentes. Essa é a realidade de Espanha e Portugal, cujas principais companhias apresentam até crescimento nos lucros obtidos, em grande parte, nos investimentos realizados no Brasil e na América Latina - para muitas, mercados prioritários no exterior. Contrastando com a recessão e a estagnação rondando os países europeus e com o desemprego atingindo até 20%, como na Espanha, o acelerado crescimento brasileiro previsto para este ano deve aumentar ainda mais a fatia verde-amarela nas receitas e nos resultados dos grupos ibéricos. Essa já é a realidade, por exemplo, de Santander, Telefónica, EDP, Sonae Sierra, Gas Natural Fenosa e Pestana, entre outros grupos. Os bons resultados chegam, inclusive, a incentivar uma nova onda de investimentos no Brasil, como mostra a reportagem de Henrique Gomes Batista e Bruno Rosa na edição do O GLOBO deste domingo.
- As grandes empresas espanholas chegaram no Brasil no fim dos anos 90 e, desde então, só crescem. Isso incentiva o que deve ser a segunda onda de investimentos, de empresas menores que as pioneiras, mas de diversos setores - disse Nuria Pont, diretora-executiva da Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil.
Leia também: Para Nobel de economia, Grécia não vai se recuperar sozinha Ela conta que nunca recebeu tantos empresários espanhóis como agora. Somente neste mês, fabricantes de máquinas do País Basco e um grupo de 30 empresários catalães, liderados pelo prefeito de Barcelona, estarão no Brasil sondando negócios. Os interesses são variados: alimentos, construção, engenharia, tecnologia e turismo.
- Antes, as empresas espanholas que se internacionalizavam começavam nos países vizinhos, mas agora não há crescimento no continente. Então a escolha, até por questões culturais, é o Brasil, mercado prioritário espanhol - afirmou a diretora-executiva








