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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Serra quer nova relação câmbio/juro; cobra investimento

Reuters/Brasil Online
SÃO PAULO (Reuters) - O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, disse nesta segunda-feira que, se eleito, vai alterar a relação das políticas de câmbio e de juros. A uma plateia de empresários, Serra deu poucas pistas de como vai atingir este objetivo.
Assim como Dilma Rousseff (PT), Serra foi convidado pela revista Exame a debater as formas de elevar o Brasil à quinta economia do mundo. Os dois pré-candidatos estão empatados na dianteira das pesquisas, com Marina Silva (PV) em terceiro.
"Precisa de outro tipo de combinação a médio e longo prazos nesta matéria (câmbio e juro). O juro real é o mais alto do mundo", disse Serra na palestra.
Crítico sistemático da política de juros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Serra afirmou que uma combinação "mais favorável" entre câmbio e juro pode ser obtida com uma "equipe integrada."
"Tem que ter uma equipe econômica integrada. Tem que ter responsabilidade fiscal, monetária e cambial, Fazenda, Planejamento, Banco Central. Trabalhando com determinação é possível fazer isso", disse.
Enquanto Dilma afirmou aos empresários que prevê crescimento de 5,5 por cento em 2014, último ano do próximo mandato presidencial, Serra previu 4,5 por cento em média nos próximos 30 anos, até 2040, quando o país, no seu entender, poderá chegar à quinta economia mundial.
"Se é que vai chegar", afirmou, alertando que hoje o Brasil é o nono no ranking.
O pré-candidato defendeu a ampliação do investimento interno, seja estatal ou privado, para promover o crescimento econômico e afirmou que o Brasil tem uma das menores taxas de investimento do mundo.
"Estamos na rabeirinha, na lanterninha do campeonato dos paises que investem. Isso significa infraestrutura", disse, em uma crítica indireta ao governo Lula, que tem no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) seu principal instrumento nesta área.
Quanto às inversões do setor privado, ele vê potencial, apesar de considerar baixo. "No caso do investimento privado no Brasil, existe um potencial muito alto. Se outras condições forem dadas, o investimento privado vai aumentar muito no país."
Sobre o investimento público, disse que Estados e municípios investem mais que a União. Em cálculo que leva em conta as receitas, afirmou que os Estados investem 9 por cento e a União, 3,4 por cento.
Acusou ainda falta de planejamento e de boa gestão no governo federal, que podem comprometer o desempenho futuro.
"O mundo na próxima década estará mais do lado dos emergentes em matéria de economia. Mas isso não significa que todos eles vão aproveitar na plenitude essas condições. Vai depender das políticas econômicas", afirmou, indicando a China e a Índia com maiores chances de aproveitar as futuras condições.
Serra voltou a apontar loteamento de cargos no governo Lula entre os partidos da base e cobrou uma política de concessões de aeroportos, portos e estradas para conferir agilidade à infraestrutra.
"Uma análise entre 134 países mostrou que o Brasil está em 128 em ruindade de portos", disse.