Senador não definiu ainda se será candidato ao governo e, assim, dará palanque a Dilma. Na última terça, conversou com ex-ministro
Em meio às negociações para a eleição no Paraná, o senador Osmar Dias (PDT-PR) recebeu a visita do ex-ministro José Dirceu na última terça-feira, em Brasília . Dias é o nome preferido do PT para a disputa, mas ele ainda não decidiu se será candidato ao governo do Estado. O senador adiou a decisão porque queria o apoio do PMDB- que terá candidato próprio- e chegou a condicionar sua candidatura a uma parceria com Gleisi Hoffmann para a vice, mas ela descarta. De Dirceu, Dias ouviu manifestações de solidariedade e críticas ao complicado acordo com o PT.
Esta é segunda vez que Dirceu conversa com Dias sobre eleições. A primeira foi em novembro do ano passado. Fora do comando da campanha de Dilma Rousseff, Dirceu articula nos bastidores alianças nos Estados para o projeto nacional petista. Após falar da sucessão estadual, Dirceu tratou das eleições proporcionais. Pediu o apoio do senador para a eleição de seu filho, Zeca, que quer se eleger deputado federal.
O encontro com Dirceu aconteceu na véspera da conversa de almoço de Dias, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que é marido de Gleisi, e o governador do Paraná, Orlando Pessuti, em Brasília. Indeciso sobre sua candidatura, Osmar voltou a falar na possibilidade de Gleisi sair como sua vice, mas Paulo Bernardo não quis nem ouvir. O assunto virou um tabu entre os dois.
Sobre a disputa ao governo, Osmar reiterou que só sai com palanque único - mas Pesutti não esboçou reação. Mesmo oscilando nos 10%, ele reafirmou, após encontro com Lula, que é candidato. Pessuti dizia buscar o apoio de Lula, enquanto o PT esperava que o presidente persuadisse o governador a desistir da reeleição.
“Consolidamos ainda mais a nossa amizade e a nossa parceria na política do Paraná e do Brasil, declarou Pessuti, lacônico, após o encontro com Lula. E completou: “Em nenhum momento, desistir da pré-candidatura passou pela nossa cabeça.”
A não desistência de Pessuti, aliada ao resultado de um almoço com o ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, e com o próprio Dias, parecem significar o fim do impasse que envolve a pré-candidatura do senador do PDT, frustrando os planos do PT.
Pessuti também encontrou-se na terça-feira, após chegar a Brasília, com o presidente do partido, o deputado federal Michel Temer (PMDB-SP). No Paraná, a esposa de Pessuti ligou para a esposa de Osmar e lhe ofereceu a vaga de vice. O senador, melhor colocado nas pesquisas, não aceitou a proposta.
Na mais recente pesquisa Vox Populi, divulgada em 18 de maio, Richa emplacou 40% das intenções de voto, seguido por Dias, com 33%, Pessuti ,com 10% e Rubens Bueno (PPS), com 3%, com margem de erro de 3,7 pontos percentuais. O Paraná tem hoje cerca de 7,5 milhões de eleitores, ou 5,6% do eleitorado nacional.