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quarta-feira, 9 de junho de 2010

ONU aperta Irã e Brasil fica falando (quase) sozinho

  LiechtensteinOs 15 minutos de fama internacional de Lula duraram 23 dias. Firmado em 17 de maio, o acordo nuclear de Teerã foi fulminado nesta quarta (9).

Reunido em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU impôs ao Irã uma nova rodada de sanções. A quarta resolução punitiva desde 2006.

Dos 15 membros do conselho, 12 votaram a favor do porrete. Contra, apenas Brasil e Turquia, os dois mediadores do acordo malogrado.

O Líbano, que o Itamaraty chegou a contabilizar como aliado, preferiu o pior caminho: a covardia da abstenção.

Em pronunciamento feito antes da votação, a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Luiza Viotti, defendeu a via diplomática.

Representante dos EUA, a embaixadora Susan Rice preferiu falar depois de apurados os votos. Fez um pronunciamento do tipo ‘me-engana-que-eu-gosto’:

"O Brasil e a Turquia trabalharam duro, o que reflete as boas intenções de seus líderes".

Depois do lero-lero, Rice foi ao ponto: o acordo "não responde às questões fundamentais".

Lembrou, por exemplo, que o Irã “não suspendeu o enriquecimento de urânio e outras atividades nucleares".

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, não se deu por achado. Disse que as sanções da ONU vão à “lata de lixo”.

O colega americano, Barack Obama, também veio à boca do palco. Declarou que, mantendo-se arredio, o Irã ficará cada vez mais isolado.

Lula decerto dirá que fez o que estava ao seu alcance para injetar diplomacia num ambiente nada macio.

Por mais louvável que tenha sido o gesto, o Brasil foi ao rol dos derrotados de graça. A Turquia, vizinha do Irã, tinha lá suas razões para meter a colher no angu.

Quanto ao Brasil, afora o desejo de Lula descer ao verbete da enciclopédia como líder mundial, não havia uma mísera razão que justificasse o flerte com a encrenca.