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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Somente em Alagoas, foram 29 mortes e 27 mil pessoas estão desabrigadas

Paula Sholl
Deputado Gustavo Fruet (PR)
Brasília (23) – O governo federal não trabalhou de forma preventiva para combater a tragédia que assola o nordeste do Brasil, ocasionada pelas chuvas. O Ministério da Integração Nacional, responsável pelo programa de "prevenção e preparação para desastres", desembolsou apenas R$ 70,6 milhões (14%) dos R$ 508,3 milhões previstos para serem usados neste ano. 

Com 29 mortes já confirmadas, Alagoas não recebeu um centavo do programa. Para Pernambuco, foram liberados R$ 172 mil, menos de 1% do total de R$ 70 milhões previstos. Os dados constam de levantamento da ONG Contas Abertas. Os recursos deveriam ter sido usados para obras e serviços de caráter preventivo em áreas de risco, como contenção de costas, drenagem, desassoreamento, canalização de rios e córregos.

O deputado federal Gustavo Fruet (PR), líder da minoria na Câmara, considera estranho o critério para distribuição da verba. "O governo precisa atender a todos os estados, independente do partido. Não é possível fazer uso político de ações importantes para a população brasileira. Não justifica a exclusão dos estados, é irresponsável", lamenta Fruet.

A situação dos dois estados nordestinos é considerada crítica. Em Alagoas, são 22 municípios atingidos, com 47.897 desalojados, 26.618 desabrigados e 30 mortes. Já em Pernambuco, 53 municípios declararam situação de emergência, 17.719 pessoas estão desabrigadas e 24.301 desalojadas, além de 13 mortes.

Lamentavelmente, o governo só agiu depois do fato consumado. Na semana passada, anunciou a liberação de R$ 100 milhões nas ações de regaste e atendimento das famílias que ficaram desabrigadas.
Mas não é a primeira vez que o governo espera a tragédia acontecer para tomar uma atitude. No mês de abril, o Rio de Janeiro enfrentou um dos seus piores desastres, com a morte de mais de 150, em consequência das chuvas. A liberação de recursos só veio com o desastre.
Como prova da falha na política de prevenção, no socorro às vítimas e recuperação de infraestrutura, o governo federal aplicou R$ 535 milhões, ou sete vezes mais, por meio da rubrica "resposta aos desastres e reconstrução".

Fonte: Agência Tucan