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terça-feira, 14 de setembro de 2010

FHC compara Lula a Mussolini: ‘Ele quer poder total’

Ex-presidente diz que sucessor sofre de ‘apoteose mental’

  FolhaEm entrevista sítio de campanha Mobiliza, Fernando Henrique Cardoso disse que Lula soa “autoritário” ao dizer que deseja “extirpar” da política brasileira o DEM. 

“Na medida em que o presidente quer eliminar um competidor, liquidar, ele tem poder total. É autoristasimo isso. É uma tremenda vontade de poder, que se expressa dessa forma incorreta. Um presidente da República não poded fazer isso”.

Condidera normal que, como presidente, Lula apoie sua candidata, Dilma Rousseff. Recordou que, em 2002, também apoiou José Serra, contra o próprio Lula. “Mas eu não fiz isso”, ressalvou. “Quando presidente fala, envolve um prestígio que não é dele como chefe de partido, mas de uma instituição”.

Para FHC, Lula incorre no crime de “abuso de poder político”, previsto na legislação eleitoral. Acha que as legendas de oposição deveriam encaminhar uma “consulta” à Justiça Eleitoral”, para refrear o que chamou de “apoteose mental" de Lula.

A certa altura, FHC disse que Lula se comporta na campanha eleitoral com a liberalidade de um “camelô”. Mais adiante, comparou-o a Benito Mussolini. “Não estou dizendo que seja a mesma coisa, mas Mussolini tinha a unanimidade. E faltou quem o o freasse”.

Referido-se à falta de cerimônia de Lula na campanha, acrescentou: “Esse estilo de dizer ‘eu sou tudo, quero ter poder total’, isso tem que parar”.

Declarou que, no passado, quando havia corrupção e abusos, recorria-se às Forças Armadas. “Isso acabou, felizmente. Mas não pode acabar o Supremo Tribunal Federal. Alguma instância tem que dizer que o presidente está extrapolando do poder político de maneira contrária aos fundamentos da democracia”.

FHC submsteu-se a uma espécie de sabatina na internet. Falou a partir de seu instituto, em São Paulo. Instado a comentar a insistência com que Lula e o PT renegam os “êxitos” de sua gestão, disse que o comportamento é “mesquinho”.

“Fiz algumas coisas boas, meus antecessores fizeram e o Lula está fazendo. Por que essa ideia de herança maldita se ele vive dela até hoje? Não é necessário”. Disse que só Sigmund Freud pode explicar a fixação que Lula nutre por ele:

“O Lula perdeu duas vezes de mim [1994 e 1998]. Ele agora quer me derrotar. Não dá mais. Não sou candidato. Ele não precisava ser tão mesquino, torcendo dados. Não precisa. Ele está fazendo coisas boas também. Podia somar em vez de subtrair”.

A pedidos, FHC recordou os primórdios do Plano Real, editado à época em que era ministro da Fazenda de Itamar Franco. Atribuiu o sucesso do Real à inversão da lógica que prevalecera nos planos anteriores.

Em vez de surpreender as pessoas com mudanças anunciadas de sopetão, via Diário Oficial, teve-se o cuidado de informar ao país o que ocorreria com a moeda.

Em dado momento, FHC voltou-se novamente para Lula, como se estivesse, também ele vidrado no sucessor: "O Lula diz que, quando recebeu o governo, a inflação estava em dois dígitos. Como ele dizia coisas contra o Real, na eleição dele as pessoas, os investidores achavam que ia ser fim do mundo...”

“...Começou a desordem no Brasil. Eu tive que aumentar os juros. Ele esquece de dizer que os juros foram para 20% porque a campanha dele tinha provocado a insegurança que me levou a tomar providencias”. Disse ter agido “pensando no Brasil, não na eleição”.

Preocupava-se, segundo disse, justamente em não entregar a Lula “o caos”. Recordou que, antes de solicitar empréstimo emergencial ao FMI, chamou para uma conversa os candidatos à sua sucessão. Disse-lhes que não seria ele que utilizaria os recursos, mas o próximo presidente. Perguntou se estavam de acordo.

Lula, disse FHC, concordou. “Fui pedir o empréstimo sabendo que haveria desgaste político” Repisou que pensava “no Brasil”, não na “eleição”. Perguntou-se a FHC se acha que o excesso de gastos do governo põe em risco a estabilidade econômica.

E ele: “Sempre pode haver a volta da inflação. Devo dizer que Banco Central tem atuado de forma responsável. Mas, se eu fosse presidente, estaria preparando para o ano que vem um plano de contenção de gastos. Se não fizer, a estabilidade corre risco, sim”.

Antes de encerrar a entrevista, FHC instou os "webmilitantes" da campanha de Serra a manter o entusiasmo. Realçou que, na sucessão presidencial da Colômbia, "todas as pesquisas previam a vitória de um candidato e venceu". O que decide, disse ele, é voto não urna, não pesquisa.