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Lula estrelou em São Paulo, na noite desta segunda (27), o seu último comício no primeiro turno das eleições de 2010.
Como de hábito, pediu votos para Dilma Rousseff. Mas dedicou a Aloizio Mercadante a maior parte do discurso, transmitido ao vivo pela web.
A certa altura, disse: “É preciso a gente acabar com essa história de tucano governando São Paulo...”
“...Eles já governaram, já tiveram a chance deles, já mostraram do que são capazes. Tá na hora de a gente colocar uma estrela para governar o Estado de São Paulo”.
Noutro trecho, vociferou: “Precisamos eleger o Aloizio Mercadante”. A hegemonia tucana já dura 16 anos. No gogó, Lula esticou o calendário:
“Os tucanos, aqui, governam há mais de 20 anos. E até agora todo o sistema de educação publica do Estado oferece apenas a 96 mil vagas”.
Referia-se ao ensino universitário: “92% dos estudantes universitários estudam em escola particular”, disse.
Puxou a sardinha para Brasília: “Só o Prouni atende a 136 mil alunos aqui”. Da educação, Lula saltou para os programas sociais.
Fustigou: “Muitas vezes, tentam mostrar São Paulo como se não tivesse pobreza aqui”. De novo, contrapôs São Paulo a Brasília:
“Aqui, 1,2 milhão de pessoas recebem o Bolsa Família, porque o governo do Estado acha que não tem pobre”.
Insinuou que o tucanto fecha os olhos para o pedaço desassistido de São Paulo: “Eles vivem só dentro daquele palácio...”
“...Deveriam andar pela periferia de São Paulo, pra ver o quanto de pobreza existe”. Tratou Dilma como eleita. E esboçou uma parceria:
“Se juntar o Mercadante e a Dilma, aquilo que nós começamos será aprofundado”.
Mercadante disputa a cadeira de governador com o tucano Geraldo Alckmin, que frequenta as pesquisas como favorito.
Se eleito, Alckmin completará o ciclo de 20 anos de poder que Lula mencionou no discurso.
No esforço que empreende para produzir um segundo turno em São Paulo, Lula chegou a fazer uma sugestão à platéia.
Convidou os presentes a assistirem ao debate que a Globo promoverá entre os candidatos ao governo estadual, nesta terça (28).
“Quem tiver dúvida da competência do Mercadante, assista ao debate na TV Globo...”
“...Se tiver um vizinho tucano ou que tem medo do PT convida o infeliz pra ir na sua casa...”
“...Ofereça um cafezinho. E ele vai ver quem é melhor, se é o Mercadante ou o adversário dele”.
Dilma discursou antes de seu patrono. Além do lero-lero habitual, dirigiu à militância petista um apelo:
“Quero pedir serenidade, porque nós temos propostas, estamos no caminho certo. Ninguém pode tirar a gente do rumo nem do prumo”.
Antes, sem mencionar José Serra, dissera que o antagonista lança mão de uma retórica em que se mistruam o “medo” e o “ódio”. Como antídoto, receitou "esperança" e "amor" (assista lá no rodapé).
Michel Temer (PMDB) chegou ao comício atrasado. Lula encerrava o discurso. Trocou as bolas: "Acaba de chegar o Temer, vice da Marta Suplicy".
Logo se deu conta da gafe: "Gente, pelo amor de Deus, a Marta não é candidata a presidente. O Temer é vice da Dilma".








