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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Peça um café, estique as pernas e leia bem devagar!

  Divulgação

Atenção. Essa notícia deve ser lida bem d-e-v-a-g-a-r-i-n-h-o. Inusitada, pode produzir um susto desses que levam ao infarto.


Para os jovens, com coronátias em dia, a leitura p-a-u-s-a-d-a ajuda a prolongar a degustação da boa nova. Talvez não se repita tão cedo.

Lá vai: o STF condenou(espanto!) um deputado federal (assombro!!) a sete anos de cadeia (estupefação!!!). Regime semi-aberto (ahhhhh!!!!).

O condenado se chama José Fuscaldi Cesílio.

Na política, atende pelo nome "artístico" de José Tatico.

É deputado federal por Goiás. Um quadro do PTB.

Tatico é dono de empresas. Uma delas, o Curtume Progresso, portou-se com desordem. Incorreu em dois crimes.

Num, sonegou tributos. Noutro, apropriou-se de verbas previdenciárias.

Coisa descontada dos funcionários, mas não repassada ao INSS.

Coube ao ministro Carlos Ayres Britto relatar o processo. Votou pela condenação.

Além dele, havia mais seis ministros em plenário.

No essencial, o voto de Ayres Britto foi acompanhado pela unanimidade dos presentes. Houve divergência apenas quanto à pena.

Três ministros votaram por uma cana mais longa e dura: nove anos, regime fechado.

Outros quatro optaram pelo xadrez mais curto e ameno: sete anos, regime semi-aberto. Nessa modalidade, o preso dorme no xilindró e é liberado durante o dia.

A certa altura, quando o placar do Supremo registrava um 3 a 3, Gilmar Mendes levou os lábios ao trombone: “Chega de empates!” Ouviram-se risos.

A Corte ainda não exorcizou o fantasma da madrugada de sexta (24). Um empate (5 a 5) levou ao adiamento da definição sobre a lei da Ficha Limpa.

Espera-se que o tribunal espante a macumba em sessão marcada para esta quarta (29). A própria condenação de Tatico reclama um veredicto.

O deputado é recandidato a uma cadeira na Câmara federal, dessa vez por Minas Gerais.

Se o STF permitir que a Ficha Limpa vigore já nas eleições de 2010, a pretensão do neopresidiário iria às calendas.

Por ora, Tatico não descerá ao cárcere. Ainda pode lançar mão de um recurso chamado “embargo declaratório”.

É improvável que a petição leve à revisão da sentença. Mas o deputado ganhará tempo. Se a Ficha Limpa cair, continuará pedindo votos aos mineiros.

Nessa hipótese, caso seja eleito, Tatico pode virar um personagem sui generis. À noite, seria presidiário. De dia, deputado federal.