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Atenção. Essa notícia deve ser lida bem d-e-v-a-g-a-r-i-n-h-o. Inusitada, pode produzir um susto desses que levam ao infarto.
Para os jovens, com coronátias em dia, a leitura p-a-u-s-a-d-a ajuda a prolongar a degustação da boa nova. Talvez não se repita tão cedo.
Lá vai: o STF condenou(espanto!) um deputado federal (assombro!!) a sete anos de cadeia (estupefação!!!). Regime semi-aberto (ahhhhh!!!!).
O condenado se chama José Fuscaldi Cesílio.
Na política, atende pelo nome "artístico" de José Tatico.
É deputado federal por Goiás. Um quadro do PTB.
Tatico é dono de empresas. Uma delas, o Curtume Progresso, portou-se com desordem. Incorreu em dois crimes.
Num, sonegou tributos. Noutro, apropriou-se de verbas previdenciárias.
Coisa descontada dos funcionários, mas não repassada ao INSS.
Coube ao ministro Carlos Ayres Britto relatar o processo. Votou pela condenação.
Além dele, havia mais seis ministros em plenário.
No essencial, o voto de Ayres Britto foi acompanhado pela unanimidade dos presentes. Houve divergência apenas quanto à pena.
Três ministros votaram por uma cana mais longa e dura: nove anos, regime fechado.
Outros quatro optaram pelo xadrez mais curto e ameno: sete anos, regime semi-aberto. Nessa modalidade, o preso dorme no xilindró e é liberado durante o dia.
A certa altura, quando o placar do Supremo registrava um 3 a 3, Gilmar Mendes levou os lábios ao trombone: “Chega de empates!” Ouviram-se risos.
A Corte ainda não exorcizou o fantasma da madrugada de sexta (24). Um empate (5 a 5) levou ao adiamento da definição sobre a lei da Ficha Limpa.
Espera-se que o tribunal espante a macumba em sessão marcada para esta quarta (29). A própria condenação de Tatico reclama um veredicto.
O deputado é recandidato a uma cadeira na Câmara federal, dessa vez por Minas Gerais.
Se o STF permitir que a Ficha Limpa vigore já nas eleições de 2010, a pretensão do neopresidiário iria às calendas.
Por ora, Tatico não descerá ao cárcere. Ainda pode lançar mão de um recurso chamado “embargo declaratório”.
É improvável que a petição leve à revisão da sentença. Mas o deputado ganhará tempo. Se a Ficha Limpa cair, continuará pedindo votos aos mineiros.
Nessa hipótese, caso seja eleito, Tatico pode virar um personagem sui generis. À noite, seria presidiário. De dia, deputado federal.








