Ag.Senado

No início da campanha, Marina revelou-se uma candidata cheia de dedos. Com tato, Via méritos sob FHC e Lula. Prometia governador com o melhor do PSDB e PT.
Hoje, Marina já não tateia. Usa os dedos de outro modo. Recolhe-os e, punhos cerrados, distribui metafóricos socos.
Nesta quinta (30), por exemplo, tratou Serra como o candidato favotiro a fazer de Dilma a próxima presidente da República.
"Tenho certeza de que sou o segundo turno viável, aquele que é capaz de concorrer efetivamente com a candidatura que está em primeiro lugar...”
“...A candidatura do PSDB, até pelos erros que cometeu, com certeza não tem essa viabilidade..."
"...Nós somos o segundo turno viável, que de fato tem condições de disputar para valer...”
“...Esta é a vantagem de votar Marina Silva em relação à outra candidatura [de Serra], que não é competitiva em hipótese alguma no segundo turno".
A candidata faz o que lhe cabe. Em curva ascendente, vende o seu peixe em voz alta.
O diabo é que, a exemplo de Serra, Marina não disputa votos com Dilma. Não, não. Absolutamente. O adversário é outro.
Com ou sem segundo turno, 2010 arrisca-se a descer ao verbete da enciclopédia como ano da sucessão em que, sem ser candidato, Lula prevaleceu pela terceira vez.