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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Presidente do DEM diz que ‘Lula está desequilibrado’

José Cruz/ABr

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ) classificou de “autoritário” o discurso em que Lula defendeu, em Santa Catarina, o extermínio de seu partido.

“O discurso mostra que o Lula está desequilibrado. Presidente que fala em extirpar partido político em pleno processo eleitoral revela seus pendores autoritários...”

“...Um homem com 80% de popularidade e com a candidata bem nas pesquisas, ao entrar em processo de desequilíbrio, leva as pessos a refletirem”.

Para Rodrigo, o eleitor “precisa pensar muito bem sobre a importância do voto”. Além da disputa presidencial, realçou a importância do Congresso, sobretudo do Senado.

“Seja qual for o próximo presidente, o Congresso precisa ter independência. O Senado, mais do que nunca passou a ser a Casa do equilíbrio”.

Como assim? “O Senado não pode ficar sujeito aos desequilíbrios ditatorias de um presidente, seja ele quem for...”

“...Tem que ser uma Casa como a atual, capaz de derrubar a CPMF, conter a tentação do terceiro mandato e barrar investidas contra a liberdade de expressão”.

Conforme noticiado aqui, Lula investiu contra o DEM num comício realizado na cidade de Joinville. Referiu-se em termos pouco lisonjeiros à família Bornhausen.

“Já sabemos quem são os Bornhausen. Eles não podem vir disfarçados cordeiros. Já conhecemos as histórias deles”, disse o presidente.

Mais adiante, acrescentou: “Nós precisamos extirpar o DEM da política brasileira”.

Filho de Jorge Bornhausen, presidente de honra do DEM, o deputado Paulo Bornhausen, que lidera a bancada do DEM na Câmara, reagiu com rispidez.

Disse que Lula, “acobertador contumaz da corrupção que grassa no seu governo e no seu partido, não tem moral nem o direito de agredir o povo de Santa Catarina”.

Chamou de “truculento” o discurso de Lula. Classificou a retórica do presidente de “nazi-facista”.

Declarou que, “para pronunciar o nome dos Bornhausen dentro de Santa Catarina, Lula tem que estar são e lavar a boca antes”.

Bornausen filho investiu também contra as candidatas para as quais Dilma pediu votos no comício: as petistas Dilma Rousseff e Ideli Salvatti:

“O catarinense devolverá as ofensas derrotando suas candidatas e bonecas de ventríloco...”

“...O catarinense vai, mais uma vez, confirmar porque o nosso Estado é exemplo de desenvolvimento e qualidade de vida: porque aqui o PT nunca governou”.

Rodrigo Maia recordou uma passagem de 2005, para dizer que “Jorge Bornhausen teve mais apreço pela democracia do que Lula demonstra agora”.

Disse que, no auge do mensalão, Bornhausen pai manifestou-se contra a apresentação do pedido de impeachment de Lula.

“Tivemos reunião numa segunda-feira à noite, na sala da liderança do Senado, para discutir o impedimento do presidente. Nosso partido era todo a favor...”

“...O Jorge, o Tasso e o Temer seguraram o pedido de impeachment. Por trás desse gesto estava o Fernando Henrique Cardoso”.

Nessa época, Jorge Bornhausen presidia o DEM. Tasso Jereissati comandava o PSDB. E Michel Temer, hoje vice de Dilma, era presidente de um PMDB que se declarava “independente”.

De fato, a coisa se passou como conta Rodrigo Maia. A oposição imaginou que Lula definharia pela força do noticiário. “Sangraria em praça pública”, como se dizia.

Deu-se o oposto. Lula sobreviveu ao mensalão e reelegeu-se presidente a despeito do escândalo seguinte: o caso dos “aloprados”.

Agora, declara que a oposição queria aplicar-lhe um golpe. No comício de Joinville, comparou-se a Getúlio Vargas, João Goulart e Juscelino Kubistchek.

Com uma diferença, disse Lula, voltando-se para a platéia de militantes catarinenses:

“Eu tinha vocês. Eles nunca tinham lidado com um presidente que tinha nascido no berço da classe oporária desse país”.